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Devo convencer o outro a trocar de religiao?



https://youtu.be/HuCrwsE5ZZo

Com a facilidade que temos hoje de promover debates nas redes sociais, é preciso cuidado para não gastar saliva querendo ensinar doutrina a incrédulos ou tentar fazer o outro mudar de religião. Evangelismo não é proselitismo religioso. Não queremos ganhar um simpatizante para a causa cristã; não queremos contabilizar mais um que acredite que a Bíblia é a Palavra de Deus, que troque o funk pelo gospel, que creia na Criação e não na Evolução, que ache que prostituição e homossexualismo são pecados aos olhos de Deus, que fique livre das drogas ou mude a maneira de vestir. Fuja da tentação de conseguir prosélitos ou simpatizantes da causa cristã. De simpatizantes do cristianismo as igrejas estão cheias, e muitos deles são incrédulos que estão ali apenas em busca de bênçãos materiais, financeiras ou sentimentais.

Um religioso de qualquer religião irá querer nos dizer que sua religião também crê em Jesus e que em todas religiões existem pessoas boas e ruins etc. Não adianta querer replicar. Se ele concordar com você, de que adiantou? Será apenas mais um simpatizante no fogo eterno. A questão é saber se ele, pessoalmente, tem ou não a certeza de sua salvação eterna. Se não tem é porque sua religião pode até dizer que acredita em Jesus, mas não lhe deu nada em troca.

Se você está congregado ao nome do Senhor fora dos sistemas denominacionais resista também à tentação de explicar isso a quem nunca se converteu a Cristo. Como saber? Bem, se a pessoa acha que para ser salva precisa ser boa ou perseverar até o fim é porque não entendeu o valor do sangue derramado no madeiro. Ela precisa do bom e velho evangelho antes de ser banhada em doutrina.

Outro dia estávamos conversando entre alguns irmãos e um deles disse que devemos olhar para evangélicos como olhamos para católicos, ou seja, pessoas que têm uma religião cristã mas não estão necessariamente salvas por frequentarem uma religião. A cada dia fico mais convencido disso. Recebi de um agora irmão um e-mail igual a outros que já recebi. Ele dizia que "se converteu" numa igreja evangélica, a qual frequentou durante anos até se decepcionar e voltar a ler a Bíblia. Foi aí que se converteu de verdade ao entender a libertação de seus pecados. Como costumamos dizer, foi só agora que ele chegou ao capítulo 8 de Romanos, o da consciência da libertação. Ele escreveu:

"Me senti livre, mas não o Livre que o mundo 'gospel' fala, porém livre da ira de Deus mesmo sem merecer. 'E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará', diz João 8:36. Foi literalmente um choque em minha vida. Tudo o que eu havia ouvido durante uns 10 anos da minha vida, ia contra tudo o que o Evangelho de Cristo mostra."

Quando alguém se interessar em congregar somente ao nome do Senhor Jesus, comece perguntando se é convertido a Cristo. Se ele frequentar alguma igreja irá dizer que vai à igreja, que foi batizado e talvez até diga que é convertido. Então pergunte, assim, na lata: "Se você morrer agora, para onde vai?". As respostas podem variar. Um verdadeiro crente em Cristo dirá que vai para o céu e se você perguntar a razão ele dirá que seus pecados foram pagos na cruz. Um religioso talvez diga 'não sei', 'espero ir para o céu', 'Deus é quem vai julgar', 'ninguém sabe', 'procuro fazer o melhor que posso', 'sempre vou à igreja' etc. Esse pode até ter nascido de novo como aconteceu com Cornélio, o centurião, antes de ouvir o evangelho da boca de Pedro (Atos 10), daí seu interesse nas coisas de Deus, mas provavelmente ainda não se converteu.

Em um diálogo com alguém assim descobri que ele havia frequentado umas três igrejas e estava insatisfeito. Ao perguntar sobre sua salvação eterna respondeu que não sabia qual era seu destino, mas que sempre foi 'abençoado'. Quando você escutar isso de um evangélico provavelmente ele está dizendo que tem recebido saúde, prosperidade e sorte no amor. A expectativa de muitos que se dizem cristãos nestes dias não é muito diferente de um pagão, que procura sacrificar para seus deuses não se irarem com ele e darem colheitas abundantes enquanto afugentam o temporal e os maus espíritos.

Esse meu interlocutor se decepcionou com as igrejas que frequentou porque numa o pastor pedia muito dinheiro, na outra o pastor exigia que as pessoas tivessem visões durante o culto e contassem suas visões (obviamente muita gente achava que que tinha visto algo no meio da gritaria). Resumindo, ele ia a essas igrejas esperando encontrar algo nelas, nas pessoas, na instituição, nos cultos.

Então percebi que ainda não tinha entendido o evangelho quando me perguntou se não teria perigo ele sair da igreja que frequentava, pois temia ser amaldiçoado e tudo dar errado em sua vida, como costumam alertar alguns desses lobos vestidos de pastores para não perderem a receita das ofertas. Obviamente eu estava diante de um religioso supersticioso, como qualquer católico ou membro de igrejas pentecostais. Dali em diante me concentrei no evangelho, e nem me preocupei em falar de doutrinas ou sobre o congregar, porque na cabeça dele reunir significa frequentar um lugar onde irá ser abençoado, as coisas vão melhorar, vai ter saúde e ficar protegido de espíritos malignos.

Uma coisa que aprendi há anos com um irmão mais velho é que, ao evangelizarmos, a melhor estratégia é manter a serpente sobre a rocha, isto é, não deixar que os arbustos de doutrinas, opiniões e religiões interfiram. É na superfície limpa da penha ou rocha que podemos bater na cabeça da serpente. Quando os arbustos doutrinários (mesmo que sejam corretos) são misturados ao cenário fica difícil ver onde está a cabeça da serpente.

"Estas três coisas me maravilham; e quatro há que não conheço:O  caminho da águia no ar; o caminho da cobra na penha; o caminho do navio no meio do mar; e o caminho do homem com uma virgem." (Pv 30:18,19). Paulo resumiu isso quando relatou o modo como evangelizou os Coríntios e mostrou que não se interessou em nada além de apresentar Cristo a eles: "Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e este crucificado." (1 Co 2:2).

O incrédulo sempre vai querer afastar o holofote da conversa desviando-o de si mesmo e de Cristo para apontá-lo aos homens, dogmas, doutrinas, religiões etc. Ele fará tudo para fugir do constrangimento de ficar entre a cruz e a espada, no sentido de entre a salvação e o juízo que está diante de si. O papel de quem evangeliza é não deixá-lo escapar da cruz e nem da percepção da espada do juízo, e manter o holofote em Cristo e sua obra.

Quando evangelizamos é uma tentação sairmos no braço da disputa religiosa em um embate de opiniões. Quando a coisa toma o rumo da inutilidade é quando se envereda por aspecto históricos, culturais e sociológicos das religiões. Mas precisamos nos conter e nos concentrar no que realmente importa: Estamos diante de uma alma sem Cristo que pode nem terminar sua conversa conosco e entrar na eternidade perdida. Se ela se converter a Cristo não precisarei dizer que precisará abandonar a religião A ou a crença B. O Espírito Santo fará isso como fez com os que se converteram das artes mágicas em Atos e queimaram seus livros.

"Também muitos dos que seguiam artes mágicas trouxeram os seus livros, e os queimaram na presença de todos e, feita a conta do seu preço, acharam que montava a cinqüenta mil peças de prata." (At 19:19).

por Mario Persona

Mario Persona é palestrante e consultor de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional (www.mariopersona.com.br). Não possui formação ou título eclesiástico e nem está ligado a alguma denominação religiosa, estando congregado desde 1981 somente ao Nome do Senhor Jesus. Esta mensagem originalmente não contém propaganda. Alguns sistemas de envio de email ou RSS costumam adicionar mensagens publicitárias que podem não expressar a opinião do autor.)
Mario Persona é palestrante e consultor de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional www.mariopersona.com.br. Não possui formação ou título eclesiástico e nem está ligado a alguma denominação religiosa, estando congregado desde 1981 somente ao Nome do Senhor Jesus. Esta mensagem originalmente não contém propaganda. Alguns sistemas de envio de email ou RSS costumam adicionar mensagens publicitárias que podem não expressar a opinião do autor.
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