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Voce nao vai refutar o que diz este pastor?



https://youtu.be/0R0n5IJHoWE

Você enviou um link para um vídeo com o título "Respondi a Mario Persona 1" e disse que eu deveria refutar o que aquele pastor diz ali. Não penso que deva fazer isso pois pelo primeiro minuto que vi ele pretendia defender sua denominação, e seria indelicado eu criticar seu empregador diretamente a ele, que há quase duas décadas serve aquela instituição, conforme informações de seu perfil nas redes sociais.

Logo de início ele diz também que não vai parar por aí, mas depois virão o "Respondi a Mario Persona 2... 3... 4...". Isso me deixa numa situação no mínimo estranha, considerando que eu nunca perguntei nada a ele. O que escrevi e gravei em áudio e vídeo foi resposta a alguém que em outro contexto me fez uma pergunta sobre as doutrinas daquela religião. Deveria eu agora pensar em algo para a resposta desse pastor não ficar sem pergunta?

No primeiro um ou dois minutos ele dizia que iria corrigir muitas informações infundadas que passei sobre sua "igreja". É bem possível que ele tenha razão e eu tenha me equivocado sobre dados históricos, nomes e datas, pois não sou um especialista em seitas e heresias, e meu objetivo não é produzir um documento histórico sobre alguma religião, mas analisar doutrinas à luz da Bíblia.

Quanto aos dados de sua "igreja", que ele pretende defender, não têm importância alguma, como não teria importância eu dizer que as meias do Batman são vermelhas e alguém me corrigir dizendo que são azuis. O Batman não existe, é só ficção, como é ficção aos olhos de Deus qualquer "igreja" fundada por homens depois do Dia de Pentecostes, em Atos 2. Foi somente naquele dia que o Espírito Santo foi enviado à terra para batizar todos os salvos desta dispensação "em um Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espírito." (1 Co 12:13).

O Batman pode ser bem real para seus aficionados, assim como qualquer "igreja" denominacional o é para seus afiliados, mas para Deus nada disso é real. A única Igreja real para Deus é aquela que ele estabeleceu "sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina" (Ef 2:20). Esta inclui TODOS os salvos por Cristo, e eu sou um desses que, depois de ouvirem "a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido", foram "selados com o Espírito Santo da promessa. O qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão adquirida, para louvor da sua glória." (Ef 1:14). Estou entre esses que são "um só pão e um só corpo, porque todos participamos do mesmo pão...  Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também." (1 Co 10:17; 12:12).

Seria carnalidade eu dizer "sou da igreja A" ou "sou da igreja B" tanto quanto Paulo disse que era carnalidade o que estava acontecendo em Corinto, onde cada um dizia: "Eu sou de Paulo, e eu de Apolo, e eu de Cefas, e eu de Cristo", e o apóstolo os repreende dizendo: "Está Cristo dividido? foi Paulo crucificado por vós? ou fostes vós batizados em nome de Paulo? Porque ainda sois carnais; pois, havendo entre vós inveja, contendas e dissensões, não sois porventura carnais, e não andais segundo os homens? Porque, dizendo um: Eu sou de Paulo; e outro: Eu de Apolo; porventura não sois carnais?" (1 Co 1:12-13; 3:3-4).

Hoje está na moda refutar este ou aquele pelo que a pessoa disse ou escreveu, mas tenho minhas dúvidas se isso seria de algum proveito para a glória de Deus. Costumo responder perguntas de pessoas com dúvidas sobre a Bíblia, muitas delas escravizadas por religiões falsas e doutrinas de homens. Por isso alguns confundem o que faço com certos sites ou canais contestatórios cujo único objetivo é desmascarar e combater heresias. Não é o meu caso. Se analisar os mais de dois mil textos e vídeos que tenho verá que uma parcela bem pequena trata especificamente de alguma denominação específica.

Eu sei bem que quando comento algo sobre alguma religião ou algum falso profeta ou profetiza — e faço isso por causa de uma ou mais perguntas que recebi — esse meu material em texto, vídeo e áudio acaba recebendo um número significativo de visitas de pessoas que concordam ou discordam. Dentre estes últimos estão os que às vezes me xingam, chamam de covarde e outros adjetivos que não convêm repetir, por eu não ter deixado aberto o espaço para comentários. Isso só confirma que minha decisão foi correta, pois são pessoas que não saberiam diferenciar um comentário de um palavrão.

Embora reconheça que nas milhares de denominações da cristandade existam muitos que são realmente "trigo" genuíno, outros não deixam claro se foram convertidos a Cristo ou a uma religião. Geralmente são estes os que mais se defendem e mais se ofendem quando falo dos erros do sistema ao qual estão ligados. Eles são tão intrinsecamente ligados à instituição que não sabem diferenciar um ataque à má doutrina de um ataque pessoal.

Alguns chegam a perder tempo fazendo vídeos de refutação para contestar uma resposta que dei a uma outra pessoa que me perguntou em outro contexto. Este foi o caso do vídeo preparado por esse clérigo, ao qual você sugeriu que eu deveria dar uma resposta. Mas aí seria a resposta da resposta da resposta da pergunta de outra pessoa. Meio estranho, não acha? E se ele responder, o que eu faço?! Respondo à resposta da resposta da resposta da resposta da pergunta?

Exceto pelo primeiro minuto inicial do vídeo que você me enviou — quando logo vi que o objetivo do autor seria o de defender sua denominação — não vi o vídeo e nem pretendo ver. Independente do que ele diga, esse autor em particular não pode ser isento em suas observações e conclusões, pois está comprometido com a organização para a qual trabalha. Antes mesmo de você me escrever recebi de alguém, falando do mesmo vídeo, o seguinte comentário: "É triste que ele não tenha tentado exaltar a Cristo, mas só uma religião". Outra me escreveu: "Comecei a ver o vídeo desse pastor mas não consegui ouvir mais do que dois minutos. E me arrependi de ter perdido tempo.".

Outro dia um programa de TV me convidou para participar de um debate e recusei. Também tenho recusado entrevistas em rádio, revistas e TV quando o assunto é cristianismo. Participo das que são voltadas a negócios e à minha atividade profissional, mas não para discutir minha fé. Na mídia comercial vale a máxima "se não sangrar não vende", então eu sei bem que a coisa pode acabar direcionada para o sensacionalismo ou para a discussão. "Ao servo do Senhor não convém contender, mas sim, ser manso para com todos, apto para ensinar, sofredor." (2 Tm 2:24).

Nó cristãos não somos chamados a defender "Igreja A" ou "Igreja B", mas "a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos" (Jd 1:3), ou como Paulo, a agirmos "para defesa do evangelho." (Fp 1:17). Ou seja, sair em defesa da fé cristã não é sair em defesa de alguma organização cristã, como são as denominações criadas ao longo dos últimos dois mil anos. Assim que a Igreja, o corpo formado por todos os salvos por Cristo, for tirada da terra, essas organizações, esvaziadas dos verdadeiros convertidos que estavam em seu meio, continuarão aqui para se unirem numa Grande Meretriz ou Prostituta, a Babilônia dos capítulos 14 ao 19 de Apocalipse.

É por isso que não faz qualquer sentido alguém querer defender uma instituição humana chamada de "igreja", que obviamente não é A IGREJA que inclui TODOS os salvos por Cristo, e não apenas alguns. Talvez esse teólogo  e outros usariam melhor seu tempo pregando o evangelho da salvação pela graça mediante a fé em Cristo Jesus e sua obra consumada. Mas no caso deste especificamente, isso seria um problema, pois pregar a salvação exclusivamente por graça seria contradizer a doutrina que ele se comprometeu a defender, que inclui a guarda da Lei mosaica como meio acessório à salvação.

por Mario Persona

Mario Persona é palestrante e consultor de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional (www.mariopersona.com.br). Não possui formação ou título eclesiástico e nem está ligado a alguma denominação religiosa, estando congregado desde 1981 somente ao Nome do Senhor Jesus. Esta mensagem originalmente não contém propaganda. Alguns sistemas de envio de email ou RSS costumam adicionar mensagens publicitárias que podem não expressar a opinião do autor.)
Mario Persona é palestrante e consultor de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional www.mariopersona.com.br. Não possui formação ou título eclesiástico e nem está ligado a alguma denominação religiosa, estando congregado desde 1981 somente ao Nome do Senhor Jesus. Esta mensagem originalmente não contém propaganda. Alguns sistemas de envio de email ou RSS costumam adicionar mensagens publicitárias que podem não expressar a opinião do autor.
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Esclarecimentos: O conteúdo deste blog traz respostas a perguntas de correspondentes, portanto as afirmações feitas aqui podem não se aplicar a outras pessoas e situações. Algumas respostas foram construídas a partir da reunião das dúvidas de mais de um correspondente. O objetivo é apenas mostrar o que a Bíblia diz a respeito das questões levantadas, e não sugerir qualquer ingerência de cristãos na política e na sociedade, no sentido de exigir que as pessoas sigam os preceitos bíblicos. O autor é favorável à livre expressão e, ainda que seu entendimento da Bíblia possa conflitar com a opinião de alguns, defende o respeito às pessoas de diferentes crenças e estilos de vida. Aqui são discutidas ideias e julgadas doutrinas, não pessoas. A opção "Comentários" foi desligada, não por causa das opiniões contrárias, mas de opiniões que pareciam favoráveis mas que tinham o objetivo ofender pessoas ou fazer propaganda de alguma igreja ou religião, induzindo os leitores ao erro.

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