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Um crente pode perder sua salvacao?



https://youtu.be/I8Ya-hwjYhg

Você escreveu: “Lendo Romanos 9,10 e 11 onde Paulo trata também esse assunto da eleição, Romanos 11:22 fala que podemos ser cortados”. O contexto de Rm 11:22 é o contraste entre Israel e gentios como testemunho na terra. Israel foi “cortado” dos privilégios que tinha (ao menos por algum tempo) e os gentios não devem achar que isso não possa acontecer também com eles. Veja que o assunto é o testemunho coletivo, não a salvação individual. Em certo sentido, o arrebatamento da Igreja, apesar de representar uma bênção para cada crente individualmente, é também um “corte” no sentido que o testemunho como um todo falhou. Basta vermos o estado da última igreja (Laodiceia) em Apocalipse para entendermos isso. Depois de falar de Laodiceia o apóstolo João ouve um chamado “sobe até aqui” (cap. 4).

Você escreveu: “Jesus também falou em João 15 que quem não dá fruto é cortado”.

João 15 fala de dar fruto, não de salvação eterna (primeiramente a aplicação deve ser para Israel, já que ele disse isso inicialmente aos seus discípulos judeus antes da formação da Igreja). Logicamente não damos fruto a não ser quando estamos “ligados” à fonte, que é Cristo. O próprio “fogo” de que fala a passagem não é o juízo de Deus, mas circunstancial: “tais varas são recolhidas, lançadas no fogo e queimadas”.

Veja que 1 Coríntios também fala em fogo e mesmo assim refere-se a pessoas salvas: “Se a obra de alguém se queimar, sofrerá ele prejuízo; mas o tal será salvo todavia como que pelo fogo.” (1 Co 3:15). Nos dois casos o que está sendo tratado são as obras ou o fruto do crente, não sua salvação. Caso contrário, no caso da figura das varas acabaríamos concluindo que a salvação é por esforço humano (permanecer em Cristo) e não por obra de Deus.

Você escreveu: “Tem muitas pessoas que aceitaram Jesus e agora vivem totalmente no pecado. Eu não acredito que eles são salvos! A bíblia fala que nem adúlteros, nem efeminados, etc. herdarão o Reino de Deus”.

É correta a ideia de achar que alguém não pode estar salvo porque suas obras negam a realidade de sua fé. A carta de Tiago fala disso pois está tratando das evidências da fé, e não do coração. A única forma de sabermos se alguém é salvo ou não é observando seu andar, mas mesmo assim isso não nos dá certeza absoluta. Você encontra muitos ateus e pessoas que adoram demônios vivendo vidas exemplares. Como saber?

Não dá para saber, pois não somos Deus, o único que sonda os corações. Você diria que um homem que adulterou e mandou matar o marido da adúltera para encobrir seu pecado seria salvo? E alguém que tivesse negado Jesus para salvar a pele? Davi e Pedro foram esses homens e foram salvos, portanto nunca é prudente tirarmos conclusões sobre as outras pessoas.

Além do mais, quando entendemos realmente o quanto somos pecadores e a profundidade do mal interior que existe em nosso coração, não olhamos mais com um sentimento superioridade para aqueles que exteriorizam isso em suas práticas. O Senhor ensinou que não é apenas o adultério exterior que conta, mas também o dos pensamentos. E a violência contra o próximo que é colocada em prática nada mais é do que a violência que maquinamos em nossos corações. Quem pode dizer que não peca? E, se pecamos, como podemos considerar que nosso pecado em oculto é menos grave do que o pecado de outro que é feito às claras?

Pode ter certeza de uma coisa: se não for por graça, ninguém é salvo. E se não for por graça, ninguém será capaz de permanecer salvo. Dependemos da graça e da misericórdia de Deus para nos salvar e para nos manter até que Cristo venha nos buscar.

(Rm 3:9-10) “Pois quê? Somos melhores do que eles? De maneira nenhuma, pois já demonstramos que, tanto judeus como gregos, todos estão debaixo do pecado; como está escrito: Não há justo, nem sequer um”.

Entenda que esse “não há um justo, nem sequer um” continua valendo para nós mesmo depois de salvos, pois não temos justiça própria que garanta nossa idoneidade diante de Deus. Dependemos da Cristo para Deus poder olhar para nós com outros olhos e nos considerar idôneos, não pelo que somos ou fazemos, mas por aquilo que Cristo é e fez para Deus.

Em suma, se tivéssemos apenas um vislumbre de como Deus vê o pecado, aí sim desistiríamos de qualquer tentativa de nos salvarmos a nós mesmos ou de nos mantermos salvos por nossos próprios esforços. Se dissermos que não pecamos, enquanto acusamos outros de serem mais pecadores do que nós, estamos incorrendo no pecado da mentira. O versículo a seguir não foi escrito para incrédulos, mas para crentes:

(1 Jo 1:8) “Se dissermos que não temos pecado nenhum, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós”.

Quanto ao que você disse, de pessoas que aceitaram a Jesus e agora vivem totalmente no pecado, sempre cabe perguntar: Aceitaram mesmo ou apenas levantaram a mão em um culto evangélico ou se filiaram a uma religião?
Sugiro a leitura deste texto:

http://www.stories.org.br/textos/nunca.html


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Mario Persona é palestrante e consultor de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional www.mariopersona.com.br. Não possui formação ou título eclesiástico e nem está ligado a alguma denominação religiosa, estando congregado desde 1981 somente ao Nome do Senhor Jesus. Esta mensagem originalmente não contém propaganda. Alguns sistemas de envio de email ou RSS costumam adicionar mensagens publicitárias que podem não expressar a opinião do autor.
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