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Estaria Freud com a razão?



https://youtu.be/PALM_0EZ1c8

A questão é se Freud estaria com a razão quando disse que "A inteligência é o único meio que possuímos para dominar os nossos instintos.". Na minha opinião ele não poderia nem opinar sobre o assunto em uma perspectiva mais ampla do que sua própria inteligência, porque sendo ateu e adepto da Teoria da Evolução ele fez essa afirmação valendo-se de um cérebro supostamente em fase de evolução, e não pronto para discernir as coisas com perfeição. Obviamente ele discordaria, como diz neste trecho em que considera que a humanidade atingiu o estágio final de evolução. Freud escreveu:

"A ideia de Deus não foi uma mentira, mas um artifício do inconsciente que precisou ser decodificado pela psicologia. Um Deus pessoal não era nada mais que uma figura exaltada de um pai. O desejo para uma deidade assim surgiu da busca infantil por um pai poderoso e protetor, na busca por uma razão das coisas e justiça, e para que a vida continuasse para sempre. Deus é simplesmente uma projeção desses desejos, temidos e adorados pelos seres humanos em razão de sua sensação de impotência. A religião pertencia à infância da raça humana; foi uma etapa necessária na transição da infância para a maturidade. Ela promovia valores éticos que eram essenciais à sociedade. Agora que a humanidade atingiu a maturidade, ela deveria ser deixada de lado." (Sigmund Freud citado por Karen Armstrong's 'A History of God' (1993))

Ao eliminar a Deus da equação Sigmund Freud se achava a última bolacha do pacote, ao que Deus responde em sua Palavra: "Ai dos que são sábios a seus próprios olhos, e prudentes diante de si mesmos!" (Is 5:21). Será que Freud não lia jornal? As manchetes dos jornais mostrariam a ele o quão madura está a humanidade que vive segundo sua própria sabedoria. E ainda que sua teoria sobre a maturidade do ser humano fosse correta, em que estágio da decadência estaríamos agora, considerando que tudo que sobe tende a descer? Infelizmente essa é também a ideia do humanista, que considera o homem como o centro do Universo.

Quando Deus criou o homem deu a ele um cérebro que é uma maravilha sem igual, mesmo quando comparado aos outros seres vivos. Nosso cérebro é infinitamente mais poderoso que o mais poderoso computador já criado pelo homem. Uma vez ouvi uma entrevista com um cientista de robótica que, quando perguntado se os robôs chegariam a ser como os humanos, respondeu que o homem não conseguiu nem fazer um robô tão complexo quanto uma barata, o que dirá de um humano.

O cérebro processa os dados obtidos por meio dos sentidos, transforma esses dados em informações que serão acumuladas na forma de conhecimento, para então, associado à experiência, gerar sabedoria humana. Um exemplo de dado é a temperatura ambiente, por exemplo, vinte e um graus. O dado em si não serve para muita coisa, pois essa temperatura pode ser confortável para o corpo, mas péssima para o sorvete.

Então seu cérebro precisa fazer esse dado ter algum sentido, e isso é informação. Mas conhecimento é muito mais; é quando a experiência faz o cérebro gerar valor. Por isso costumamos falar da sabedoria dos mais velhos, pois amadureceram o conhecimento que possuem.

Um exemplo prático é você querer comprar um carro e descobrir que ele atinge duzentos quilômetros por hora. Obviamente isso é apenas um dado, porque você não pretende andar nessa velocidade. Então compra todas as revistas especializadas e fica cheio de informação que lhe dará conhecimento, mas se quiser mesmo comprar o carro com sabedoria de quem entende do assunto terá de consultar quem já tem ou então um mecânico de confiança.

Essa maravilhosa máquina de pensar que Deus criou para nosso proveito foi contaminada com um vírus chamado pecado, e a partir daí você já não pode mais confiar totalmente nos resultados de conhecimento e sabedoria que ele lhe dá. Precisará ter um parâmetro para comparar, e esse parâmetro é Deus e sua Palavra. Não é assim que você verifica se algo está contaminado ou não, na medida certa, ou não, no peso certo ou não? Comparando sempre com um gabarito fiel.

Por isso Freud podia entender de muita coisa, mas não tinha acesso a esse gabarito divino para checar se suas conclusões estavam corretas. A partir do momento em que o vírus do pecado se alojou nas sinapses do pensamento humano, toda inteligência, conhecimento e sabedoria precisa ser verificado porque pode ser que estejam vindo do próprio diabo, o mesmo que seduziu Eva a comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Ao menos é o que diz a Palavra de Deus: "Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica." (Tg 3:15). Como tudo mais neste mundo, a inteligência humana também foi corrompida pelo pecado:

"E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente." (Gn 6:5).

"Ele (o Senhor) aniquila as imaginações dos astutos, para que as suas mãos não possam levar coisa alguma a efeito. Ele apanha os sábios na sua própria astúcia" (Jó 5:12-13).

"Os sábios são envergonhados, espantados e presos; eis que rejeitaram a palavra do SENHOR; que sabedoria, pois, têm eles?" (Jr 8:9).

Aquele que conhece o Senhor, que é guiado por ele, possui o grande privilégio de ter suas ideias e pensamentos corrigidos por Deus e sua Palavra para endireitar seus caminhos. O incrédulo está entregue à própria sorte e sempre seguirá seu coração, como dizem as músicas do mundo, sem perceber que está contaminado pelo vírus do pecado e sendo marionete do diabo.

"Em que noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência. Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos." (Ef 2:2-3).

"Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?... Porque do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias." (Jr 17:9; Mt 15:19).

"Confia no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimentoReconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredasNão sejas sábio a teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal. Isto será saúde para o teu âmago, e medula para os teus ossos." (Pv 3:5-8).

A inteligência de Deus, e não do homem, é a única maneira de o ser humano poder entender as coisas e se livrar da influência contaminada de sua própria inteligência:

"Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus. Porque está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios, E aniquilarei a inteligência dos inteligentes. Onde está o sábio? Onde está o escriba? Onde está o inquiridor deste século? Porventura não tornou Deus louca a sabedoria deste mundo? Visto como na sabedoria de Deus o mundo não conheceu a Deus pela sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação." (1 Co 1:18-21).

Por isso Deus não escolhe os inteligentes, mas os loucos, fracos e vis que se reconhecem pecadores e tão idiotas em termos humanos que jamais chegariam a Deus por seu próprio raciocínio:

"Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens. Porque, vede, irmãos, a vossa vocação, que não são muitos os sábios segundo a carne, nem muitos os poderosos, nem muitos os nobres que são chamados. Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; E Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são, para aniquilar as que são; para que nenhuma carne se glorie perante ele." (1 Co 125-29).

Ao contrário do que disse Freud, o poder de dominar nossos instintos não está em nossa inteligência, mas no Espírito de Deus que habita naquele que é crente no Senhor Jesus Cristo. Infelizmente mesmo depois de convertidos continuamos a ter em nós uma vontade que naturalmente quer seguir nossa velha e corrompida natureza, e é por isso que o crente também é capaz de pecar, quando não se deixa guiar pelo Espírito Santo que nele habita.

"Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer." (Gl 5:17)

Ao tratar do assunto "sabedoria", o apóstolo Paulo começa explicando que as palavras de sabedoria que escrevia eram ditadas a ele e aos apóstolos pelo Espírito Santo de Deus, portanto não eram palavras de sabedoria humana, mas divina. Portanto a inspiração das Escrituras é textual.

"Todavia falamos sabedoria entre os perfeitos; não, porém, a sabedoria deste mundo, nem dos príncipes deste mundo, que se aniquilam. Mas falamos a sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória; A qual nenhum dos príncipes [ou homens principais] deste mundo conheceu; porque, se a conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da glória. Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, E não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam. Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus." (1 Co 2:6-10).

Em seguida ele fala de diferentes classes de homens: o natural, o espiritual e o carnal. O "homem natural" é o ser humano não salvo por Cristo e ainda vivendo em sua natureza Adâmica. Por "homem espiritual" e "homem carnal" na passagem entenda que ambos são crentes, salvos por Cristo e possuidores de uma nova natureza que agora é segundo Deus. O "homem espiritual" procura pensar e agir segundo essa nova natureza, mas o carnal não. Por isso a passagem é seguida de uma reprimenda aos cristãos de Corinto, gregos orgulhosos de seu conhecimento e filosofia, que se valiam da carne ou inteligência natural para processar os dados e informações e assim guiar seus passos e pensamentos:

"As quais [palavras inspiradas] também falamos, não com palavras de sabedoria humana, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais. Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido. Porque, quem conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo... E eu, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a meninos em Cristo." (1 Co 2:13-16).

Resumindo, Freud não acreditava em Deus, mas Deus também nunca acreditou nem em Freud e nem em homem algum. A Palavra de Deus afirma:

"Ninguém se engane a si mesmo. Se alguém dentre vós se tem por sábio neste mundo, faça-se louco para ser sábio. Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus; pois está escrito: Ele apanha os sábios na sua própria astúcia. E outra vez: O Senhor conhece os pensamentos dos sábios, que são vãos. Portanto, ninguém se glorie nos homens... (1 Co 3:18-21).

"Porque o Senhor disse: Pois que este povo se aproxima de mim, e com a sua boca, e com os seus lábios me honra, mas o seu coração se afasta para longe de mim e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, em que foi instruído; portanto eis que continuarei a fazer uma obra maravilhosa no meio deste povo, uma obra maravilhosa e um assombro; porque a sabedoria dos seus sábios perecerá, e o entendimento dos seus prudentes se esconderá... a tua sabedoria e o teu conhecimento, isso te fez desviar"  (Is 29:13-14; Is 47:10).

Será que eu e você já nos demos conta de todos aqueles erros e desvios ocorreram quando confiamos em nossa sabedoria e conhecimento? Deus diz "a tua sabedoria e o teu conhecimento" ao falar dessas coisas originadas no homem e que lhe servem de péssimo guia que o leva a armadilhas. Mas quando Paulo ora pelos Colossenses, ele diz: "Por esta razão, nós também, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós, e de pedir que sejais cheios do conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e inteligência espiritual." (Cl 1:9). É de inteligência espiritual, e não da inteligência natural gerada em nosso cérebro, que precisamos para discernir as coisas, tanto as materiais quanto as espirituais. "Mas o que é espiritual discerne bem tudo" (1 Co 12:15).

A mesma Palavra de Deus nos ensina onde e e de que maneira e disposição de coração podemos obter essa inteligência espiritual que processa o conhecimento para gerar a sabedoria que vem de Deus: "O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do Santo é prudência." (Pv 9:10). Mas infelizmente este é um conselho que seria impossível a Sigmund Freud seguir, já que Deus foi excluído de seus pensamentos. Porém, para aquele que crê e teme, o caminho é este:

"Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida. Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando; pois o que duvida é semelhante à onda do mar, impelida e agitada pelo vento. Não suponha esse homem que alcançará do Senhor alguma coisa; homem de ânimo dobre, inconstante em todos os seus caminhos." (Tg 1:5-8).

por Mario Persona

Mario Persona é palestrante e consultor de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional (www.mariopersona.com.br). Não possui formação ou título eclesiástico e nem está ligado a alguma denominação religiosa, estando congregado desde 1981 somente ao Nome do Senhor Jesus. Esta mensagem originalmente não contém propaganda. Alguns sistemas de envio de email ou RSS costumam adicionar mensagens publicitárias que podem não expressar a opinião do autor.)
Mario Persona é palestrante e consultor de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional www.mariopersona.com.br. Não possui formação ou título eclesiástico e nem está ligado a alguma denominação religiosa, estando congregado desde 1981 somente ao Nome do Senhor Jesus. Esta mensagem originalmente não contém propaganda. Alguns sistemas de envio de email ou RSS costumam adicionar mensagens publicitárias que podem não expressar a opinião do autor.
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