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Paulo estava falando das denominacoes?



https://youtu.be/6nqJ1jl8DKI

Você perguntou se aquilo que Paulo escreve em 1 Coríntios pode ser aplicado às divisões de cristãos em diferentes denominações religiosas. A passagem que citou é esta: "Porque a respeito de vós, irmãos meus, me foi comunicado pelos da família de Cloé que há contendas entre vós. Quero dizer com isto, que cada um de vós diz: Eu sou de Paulo, e eu de Apolo, e eu de Cefas, e eu de Cristo. Está Cristo dividido? foi Paulo crucificado por vós? ou fostes vós batizados em nome de Paulo?" (1 Co 1:11-13).

Quando Paulo escreveu isso ainda não existiam denominações, mas o embrião das divisões já começava a se formar em Corinto de duas maneiras: por aqueles que faziam de tudo para atrair discípulos, e por aqueles que decidiam eleger um irmão mais dotado para seguir, como se fosse um mestre ou guru.

No primeiro exemplo temos as muitas denominações existentes hoje fundadas por algum pregador, no segundo temos as denominações fundadas por seguidores de algum pregador (mesmo que este não tivesse a intenção), como é a Igreja Luterana, Igreja Wesleyana e outras.

Então o embrião era aquele mesmo, mas na verdade as pessoas não estavam dizendo "eu sou de Paulo, eu de Apolo" etc. Paulo usou o seu nome e de outros discípulos apenas como exemplo para evitar expor os verdadeiros pivôs das divisões ou que eram eleitos pela preferência dos irmãos. Talvez os piores dentre os citados fossem os que diziam "eu sou de Cristo", como se os outros não fossem, uma atitude reprovável. Ele explica mais adiante:

"E eu, irmãos, apliquei estas coisas, POR SEMELHANÇA, a mim e a Apolo, por amor de vós; para que em nós aprendais a não ir além do que está escrito, não vos ensoberbecendo a favor de um contra outro." (1 Co 4:6)

Mas fica muito evidente que dizer "eu sou desse" ou "eu sou daquele" tem o mesmo sentido de hoje alguém dizer "eu sou batista" e outro "eu sou presbiteriano", atitudes que o apóstolo descreve como carnais.

"E eu, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a meninos em Cristo. Com leite vos criei, e não com carne, porque ainda não podíeis, nem tampouco ainda agora podeis, porque ainda sois carnais; pois, havendo entre vós inveja, contendas e dissensões, não sois porventura carnais, e não andais segundo os homens? Porque, dizendo um: Eu sou de Paulo; e outro: Eu de Apolo; porventura não sois carnais?" (1 Co 3:1-4).

Em nossos dias aquele embrião, que começou por preferências e partidos de homens para homens, acabou se transformando em partidos por apreciação de pessoas jurídicas ou organizações. Deus não pode ser glorificado através de uma instituição religiosa com o nome de "Igreja X" ou "Congregação Y" simplesmente porque não existe nada do tipo na Bíblia.

Deus usa seres humanos, não organizações, para evangelizar, pastorear e ensinar, e para isso Cristo deu os dons de evangelistas, pastores e doutores em Efésios 4. Homens podem usar suas organizações para atrair pessoas, podem usar gráficas para imprimir Bíblias, correios para distribuí-las, mas nada disso salva ou glorifica a Deus. O que salva é o evangelho pregado por pessoas (estas sim, que podem ou não ser convertidas), porque não foi a anjos que Deus deu essa missão e muito menos a pessoas jurídicas.

Quando as instituições humanas vão além de seu papel de ferramentas para apenas distribuir literatura ou imprimi-las e passam a ser meios de negar a suficiência do Nome que está acima de todo nome e dividir os salvos por Cristo por diferentes nomes isso se transforma em uma heresia, que vem do latim haerĕsis que, por sua vez, vem do grego αἵρεσις,  que significa "escolha" ou "opção". Ao contrário do que alguns pensam, heresia não é sempre um ensino contrário à Palavra de Deus. Uma heresia pode ser uma verdade que é usada para dividir os cristãos.

Portanto herege é o que cria partidos para dividir, e o ápice desse erro é dar nomes aos partidos para que fiquem restritos a um determinado grupo de pessoas que se identifica por esse nome. O nome de Jesus é o único nome que identifica a todos os salvos por ele e os coloca numa mesma condição de salvos. É também o único nome dado por Deus para identificar os seus filhos, e também o único nome a servir de ímã ou centro de reunião dos crentes. Qualquer outro nome afasta as pessoas desse centro para aglutiná-las em torno de algo que não é comum a todos os salvos.

por Mario Persona

Mario Persona é palestrante e consultor de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional (www.mariopersona.com.br). Não possui formação ou título eclesiástico e nem está ligado a alguma denominação religiosa, estando congregado desde 1981 somente ao Nome do Senhor Jesus. Esta mensagem originalmente não contém propaganda. Alguns sistemas de envio de email ou RSS costumam adicionar mensagens publicitárias que podem não expressar a opinião do autor.)
Mario Persona é palestrante e consultor de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional www.mariopersona.com.br. Não possui formação ou título eclesiástico e nem está ligado a alguma denominação religiosa, estando congregado desde 1981 somente ao Nome do Senhor Jesus. Esta mensagem originalmente não contém propaganda. Alguns sistemas de envio de email ou RSS costumam adicionar mensagens publicitárias que podem não expressar a opinião do autor.
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Esclarecimentos: O conteúdo deste blog traz respostas a perguntas de correspondentes, portanto as afirmações feitas aqui podem não se aplicar a outras pessoas e situações. Algumas respostas foram construídas a partir da reunião das dúvidas de mais de um correspondente. O objetivo é apenas mostrar o que a Bíblia diz a respeito das questões levantadas, e não sugerir qualquer ingerência de cristãos na política e na sociedade, no sentido de exigir que as pessoas sigam os preceitos bíblicos. O autor é favorável à livre expressão e, ainda que seu entendimento da Bíblia possa conflitar com a opinião de alguns, defende o respeito às pessoas de diferentes crenças e estilos de vida. Aqui são discutidas ideias e julgadas doutrinas, não pessoas. A opção "Comentários" foi desligada, não por causa das opiniões contrárias, mas de opiniões que pareciam favoráveis mas que tinham o objetivo ofender pessoas ou fazer propaganda de alguma igreja ou religião, induzindo os leitores ao erro.

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