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Devemos pregar o evangelho feito loucos?



https://youtu.be/ZGNMzJCvN0w

Sua dúvida surgiu por frequentar pregações em igrejas que mais parecem um balaio de gatos loucos do que um lugar de adoração a Deus. Aparentemente a desculpa que deram a você foi que a pregação é uma loucura, e isso baseado em 1 Coríntios 1:21, que diz: "Visto como na sabedoria de Deus o mundo não conheceu a Deus pela sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação." Mas será que isso significa que o pregador deve berrar feito louco quando prega o evangelho?

Não, e nem precisa entender muito da Bíblia para saber disso. Basta ter alguma dose de bom senso. Só grita quem tenta convencer pela força. Alguém assim é o que costumamos chamar de "prepotente". Já ouviu a expressão "ganhar no grito"? Pois é o que tentam fazer alguns pregadores, mas isso só escandaliza e afasta as pessoas que buscam a Salvação.

É claro que quando existe uma multidão muito grande, ou em uma pregação em espaço aberto, às vezes o pregador é obrigado a gritar para ser ouvido pelos que estão mais longe. Antigamente pregadores usavam megafones de lata para ampliar a voz, mas hoje existem equipamentos de amplificação e microfones para isso.

Porém não faz qualquer sentido um pregador segurar um microfone como se fosse um cantor de Rock Metal e fazer as pessoas saírem no final com os ouvidos tinindo. Sairão convertidas em pacientes de fonoaudiólogas e clientes de lojas de aparelhos para surdez. É uma vergonha para o testemunho de Cristo na terra quando vizinhos de uma denominação que se diz cristã precisam chamar a polícia por perturbação da ordem. Veja o que escreveu o advogado Marcelo Lima Doyle em seu artigo "Som alto é crime ou contravenção penal?" e você poderá ter uma ideia da influência maligna que certos grupos que se dizem cristãos exercem até na política e na presidência de um país:

"O artigo 59 da Lei dos Crimes Ambientais previa expressamente essa modalidade de poluição. Ou seja, havia o crime de poluição sonora na Lei nº 9.605/98. Contudo, na hora da sanção do Presidente da República, diversos dispositivos foram vetados, inclusive o art. 59. E qual seria o motivo do veto? Bem, narram os doutrinadores, entre os quais o Prof. Luís Paulo Servinkas, que escreve sobre o meio ambiente, que este veto foi motivado por uma pressão que o Presidente da República sofreu da bancada evangélica, naquela ocasião. Exatamente por que? Por conta da preocupação que havia em relação aos cultos evangélicos que são extremamente ruidosos. Por conta então dessa pressão, segundo a doutrina, o crime de poluição sonora foi vetado.".

As coisas de Deus não são feitas aos berros, e nem pela capacidade de oratória de quem prega, pois o convencimento vem do Espírito Santo. Por isso na continuação do versículo que citou Paulo diz:

"E eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não fui com sublimidade de palavras ou de sabedoria. Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e este crucificado. E eu estive convosco em fraqueza, e em temor, e em grande tremor. A minha palavra, e a minha pregação, não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração de Espírito e de poder; para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus." (1 Co 2:1-5).

Se as pessoas estão próximas e escutando bem, não há motivo para o pregador levantar a voz mais que o necessário. O versículo que fala de loucura da pregação não está dizendo que temos de pregar como se fôssemos loucos. O versículo fala que a Palavra da Cruz é loucura para os que se perdem, e não que os pregadores precisem berrar, dar socos no ar, cuspir nos da primeira fileira, rolar no chão e se debater no chão para pregar. Os que agem assim não deveriam estar num púlpito, deveriam estar numa camisa-de-força.

"Pois eu assim corro, não como a coisa incerta; assim combato, não como batendo no ar." (1 Co 9:26).

https://www.respondi.com.br/2005/06/como-pregar-o-evangelho.html

por Mario Persona

Mario Persona é palestrante e consultor de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional (www.mariopersona.com.br). Não possui formação ou título eclesiástico e nem está ligado a alguma denominação religiosa, estando congregado desde 1981 somente ao Nome do Senhor Jesus. Esta mensagem originalmente não contém propaganda. Alguns sistemas de envio de email ou RSS costumam adicionar mensagens publicitárias que podem não expressar a opinião do autor.)
Mario Persona é palestrante e consultor de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional www.mariopersona.com.br. Não possui formação ou título eclesiástico e nem está ligado a alguma denominação religiosa, estando congregado desde 1981 somente ao Nome do Senhor Jesus. Esta mensagem originalmente não contém propaganda. Alguns sistemas de envio de email ou RSS costumam adicionar mensagens publicitárias que podem não expressar a opinião do autor.
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