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Qual a importancia da confissao de fe'?



https://youtu.be/lgXlmRUzMI0

Você escreveu fazendo várias perguntas assim: "Ouvi você dizer que algumas pessoas que frequentam a igreja católica creem em Jesus. Mas e se elas morrem neste período, nessa ignorância, o que acontecerá com suas almas? E com relação aos cristãos confessos, mas que têm uma vida que não agrada ao Senhor, mesmo conhecendo a verdade, o que acontece se morrerem nesse período? Qual a importância da 'confissão de fé' e o que distingue uma pessoa salva se uma incrédula?".

Quando alguém pergunta quem é ou não salvo, eu sinto um alívio muito grande por esse julgamenteo não caber a mim fazer. Em 2 Timóteo 2:19 aprendo que se tem uma coisa que só cabe a Deus é o conhecimento dos que estão salvos. Ali diz: "Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus [esta parte não cabe a mim resolver], e qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniquidade [esta parte é responsabilidade minha].".

Primeiro, ninguém precisa "entender" para ser salvo, mas precisa crer. Quando você pede a uma criança pequena para dar a mão a você para atravessar a rua ela imediatamente dá a mão sem saber a razão e nem desconfiar. Nem passa por sua cabeça que você possa estar de má intenção e poderia jogá-la no chão ao chegar ao meio da avenida movimentada só para ser atropelada e morta. A criança crê em você, ela confia em você, ela deposita fé em você e na sua palavra, não desconfia. Assim é todo o que crê em Jesus.

Até onde podemos ir sabemos que todo aquele que crê em Jesus como Salvador recebe o perdão de seus pecados e a salvação eterna. Querer ir além disso, e determinar quem é ou não salvo, é achar que somos conhecedores dos corações. Portanto, se uma pessoa crê verdadeiramente em Cristo, se ela tem agora nova vida, seja essa pessoa católica, protestante ou coisa nenhuma, ela pode contar com a salvação eterna. Se essa pessoa crê, mas mesmo assim anda de maneira errada, o Pai irá discipliná-la como um pai disciplina um filho. Se morrer nesse caminho torto depois de ter sido salva, não perderá sua salvação, mas perderá seu galardão ou recompensa. Terá sido salva mas depois de uma vida perdida.

Você pergunta o que diferencia um salvo de um mero professo, e eu diria que o primeiro abomina o pecado, e quando peca se sente sujo e triste, pois perdeu, não a salvação, mas sua comunhão com o Pai. O outro não liga para o pecado e até gosta de pecar, e quando peca, a única coisa que pode afetar sua consciência é ele ter alguma bagagem cultural ou condicionamento moral, mas nada que seja realmente vindo de Deus.

Um bom exemplo é o da ovelha e da porca. A primeira pode até cair na lama por acidente, mas quer sair logo dali e depois fica rolando na grama para limpar a sujeira. A segunda não cai por acidente, mas procura uma lama na qual mergulhar, rolar e se refestelar. E não tem planos de sair dali.

Você menciona "confissão de fé" e talvez esteja pensando naquela cerimônia de igrejas, quando a pessoa vai à frente e faz uma confissão pública de sua fé diante de um clérigo, e em alguns casos até confessa pecados. Não existe base para isso, como você verá do trecho a seguir retirado do livro "Definições Doutrinais", de Bruce Anstey. Ele escreve:

As Escrituras indicam que há dois tipos de confissão entre os homens. Uma delas é a confissão de "Jesus como Senhor" e está relacionada com a salvação inicial da alma (Rm 10:9-10) e a outra é a confissão de pecados, que está relacionada com a restauração de um crente que falhou (1 Jo 1:9).

Muitos Cristãos evangélicos pensam que, para que alguém seja verdadeiramente salvo, deve fazer uma confissão pública de sua fé em Cristo. Romanos 10:9 é usado para apoiar essa ideia. Diz: "Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus [Jesus como Senhor], e em teu coração creres que Deus O ressuscitou dos mortos, serás salvo". Como resultado, os pregadores evangélicos muitas vezes impelem confissões públicas em suas reuniões e comícios evangélicos. Eles dão um "chamado ao altar" ao seu público, pedindo àqueles que querem ser salvos para virem à frente fazer uma declaração pública de sua fé.

No entanto, se fizermos da confissão da fé em Cristo perante os homens uma condição de sua salvação eterna, então a bênção do evangelho não será unicamente no princípio da fé, mas terá como base a fé e as obras! E isso é contrário aos fundamentos do Evangelho (Rm 3:26-31, 4:4-5; Ef 2:8-9). Além disso, significaria que uma pessoa não poderia ser salva se estivesse sozinha em algum lugar deserto – porque não teria ninguém para quem confessar!

De acordo com essa ideia, pode haver "arrependimento para com Deus e a fé em nosso Senhor Jesus" (At 20:21 – ATB), mas não seria suficiente! Há uma condição adicional – deve haver confissão de fé a alguém. Mas e se ela morresse antes de ter uma chance de dizer a alguém de sua fé em Cristo? De acordo com esse ensinamento, estaria perdida! Não é necessário dizer que essa ideia equivocada não está de acordo com as Escrituras.

"Confessar" em Romanos 10:9 significa "concordar" (Concordância de Strong) ou "expressar acordo". A questão é: expressar concordância com quem? A. Roach disse que à luz de Filipenses 2:11 "toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai" e de Romanos 14:11 "toda a língua confessará a Deus", é claro que essa confissão deve ser feita a Deus, não aos homens. O crente reconhece diante de Deus que "Jesus Cristo é o Senhor". H. A. Ironside disse: "A confissão aqui não é, naturalmente, a mesma quando nosso Senhor diz: 'Portanto, qualquer que Me confessar diante dos homens, Eu o confessarei diante de Meu Pai, que está nos céus'. Essa é antes a confissão da alma ao próprio Deus que ele recebe Jesus como Senhor" (Lectures on Romans, págs. 130-131).

Paulo menciona a "boca" antes do "coração" (que é a ordem encontrada em Deuteronômio 30:14), mas em Romanos 10:10, ele inverte essa ordem, dando a verdadeira ordem que ocorre quando uma pessoa é salva. Assim, a recepção interna da Palavra pela fé resulta em uma expressão externa da fé de alguém na confissão de que "Jesus Cristo é o Senhor".

Em condições normais, um crente verdadeiro fará uma confissão de sua fé em Cristo diante daqueles de seu convívio. Isso deve acontecer de forma bastante natural, pois as boas novas da salvação são muito boas para que sejam guardadas apenas para nós mesmos. Confissão de nossa fé diante dos homens é bom, e se um crente não confessar Cristo diante dos homens, lhe serão negadas uma recompensa e uma menção honrosa perante o Pai no dia vindouro (Mt 10:32-33) – mas essa não é uma condição pela qual ele é salvo eternamente. Um novo crente pode hesitar em confessar Cristo no início, mas seu bem-estar eterno não depende disso. Paulo ensinou que a bênção da salvação é unicamente sob "o princípio da fé" (Rm 1:17, 3:30, 4:16, 5:1). Ele estaria contradizendo-se em Romanos 10:9, se estabelecesse a condição de confissão diante dos homens como base da salvação de uma pessoa.

O segundo tipo de confissão tem a ver com pecados, mas é em conexão com um crente sendo restaurado à comunhão com Deus. 1 João 1:9 diz: "Se (nós) confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo, para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça". O "nós" neste versículo se refere aos filhos na família de Deus – os Cristãos. Um crente que falhou, tendo permitido o pecado em sua vida, precisa voltar ao seu caminho em arrependimento até o ponto de partida de seu desvio do Senhor e confessar esses pecados a Deus Pai. Ao fazer isso, ele julga a si mesmo e chega ao fundo da causa de seu desvio. Alguém perguntou a J. N. Darby sobre uma situação em que alguém se afastou, mas não pode pensar em nenhum pecado em particular que tenha sido a causa desse afastamento de Deus. Ele disse que se esse fosse o caso, a pessoa pode confessar que seu estado era mau.

Muitos têm a ideia de que pecadores arrependidos que vêm a Cristo para a salvação devem confessar seus pecados. Mas a Escritura não diz isso. Se fosse necessário fazer isso para ser salvo, então ninguém seria salvo! Qual pecador pode lembrar-se de todos os seus pecados? Especialmente quando consideramos que "a lâmpada [dos pensamentos] dos perversos é pecado" (Pv 21:4) – ATB) e "O pensamento do tolo é pecado" (Pv 24:9). Nesse caso, nossos pecados devem ser milhares – talvez milhões! Seria uma tarefa impossível para um pecador confessar tudo isso. Felizmente, Deus não coloca isso como condição da salvação de nossas almas. O pecador que busca a salvação deve reconhecer (ou confessar) que é um pecador, e ao crer, deve confessar Jesus como Senhor. Mas Deus não exige que ele tenha de confessar cada pecado que cometeu em sua vida para ser salvo. — Extraído do livro "Definições Doutrinais", de Bruce Anstey.

por Mario Persona

Mario Persona é palestrante e consultor de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional (www.mariopersona.com.br). Não possui formação ou título eclesiástico e nem está ligado a alguma denominação religiosa, estando congregado desde 1981 somente ao Nome do Senhor Jesus. Esta mensagem originalmente não contém propaganda. Alguns sistemas de envio de email ou RSS costumam adicionar mensagens publicitárias que podem não expressar a opinião do autor.)
Mario Persona é palestrante e consultor de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional www.mariopersona.com.br. Não possui formação ou título eclesiástico e nem está ligado a alguma denominação religiosa, estando congregado desde 1981 somente ao Nome do Senhor Jesus. Esta mensagem originalmente não contém propaganda. Alguns sistemas de envio de email ou RSS costumam adicionar mensagens publicitárias que podem não expressar a opinião do autor.
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