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Moises falou ou feriu a rocha?



https://youtu.be/3fsq57kksjU

Você disse que, ao ler a Bíblia, encontrou  o que parece ser uma contradição. Em Êxodo Deus manda Moisés FERIR a rocha para dar de beber ao povo de Israel. Mas em Números Deus manda Moisés FALAR à rocha, no entanto ele fere a rocha e é repreendido por Deus. Como entender? Vamos à passagem de Números 17:

"E o Senhor falou a Moisés dizendo: Toma a vara, e ajunta a congregação, tu e Arão, teu irmão, e falai à rocha, perante os seus olhos, e dará a sua água; assim lhes tirarás água da rocha, e darás a beber à congregação e aos seus animais. Então Moisés tomou a vara de diante do Senhor, como lhe tinha ordenado. E Moisés e Arão reuniram a congregação diante da rocha, e Moisés disse-lhes: Ouvi agora, rebeldes, porventura tiraremos água desta rocha para vós? Então Moisés levantou a sua mão, e feriu a rocha duas vezes com a sua vara, e saiu muita água; e bebeu a congregação e os seus animais. E o Senhor disse a Moisés e a Arão: Porquanto não crestes em mim, para me santificardes diante dos filhos de Israel, por isso não introduzireis esta congregação na terra que lhes tenho dado." (Nm 20:7-12).

A vara que Moisés tomou era a que estava diante do Senhor, ou seja, a vara de Aarão que havia florescido. Não era a vara de Moisés, com a qual ele abrira o Mar Vermelho e o rio Jordão e fizera outros sinais. A vara de Moisés representava juízo; a vara de Aarão representava graça, pois era uma vara de madeira morta que floresceu. A vara de Aarão você encontra em Números 17:1-10.

"Então falou o Senhor a Moisés, dizendo: Fala aos filhos de Israel, e toma deles uma vara para cada casa paterna de todos os seus príncipes, segundo as casas de seus pais, doze varas; e escreverás o nome de cada um sobre a sua vara. Porém o nome de Arão escreverás sobre a vara de Levi; porque cada cabeça da casa de seus pais terá uma vara.  E as porás na tenda da congregação, perante o testemunho, onde eu virei a vós. E será que a vara do homem que eu tiver escolhido florescerá; assim farei cessar as murmurações dos filhos de Israel contra mim, com que murmuram contra vós. Falou, pois, Moisés aos filhos de Israel; e todos os seus príncipes deram-lhe cada um uma vara, para cada príncipe uma vara, segundo as casas de seus pais, doze varas; e a vara de Arão estava entre as deles. E Moisés pôs estas varas perante o Senhor na tenda do testemunho. Sucedeu, pois, que no dia seguinte Moisés entrou na tenda do testemunho, e eis que a vara de Arão, pela casa de Levi, florescia; porque produzira flores e brotara renovos e dera amêndoas. Então Moisés tirou todas as varas de diante do SENHOR a todos os filhos de Israel; e eles o viram, e tomaram cada um a sua vara. Então o SENHOR disse a Moisés: Torna a pôr a vara de Arão perante o testemunho, para que se guarde por sinal para os filhos rebeldes; assim farás acabar as suas murmurações contra mim, e não morrerão." (Nm 17:1-10).

Portanto, naquele momento em Números e usando a vara da graça, Moisés deveria "falar" à rocha para dar sua água. Assim é como a graça se manifesta.

Repare que aqui em Números 20 "chegando os filhos de Israel, toda a congregação ao deserto de Zim, no mês primeiro, o povo ficou em Cades... e não havia água para a congregação" (Nm 20:1-2). Este episódio difere daquele de Êxodo 17:1-16 quando o povo estava acampado em Refidim e Deus ordenou que Moisés tomasse sua própria vara — e não a vara de Aarão — e ferisse a rocha. Daquela vez Deus disse que ele ferisse a rocha porque esta representava Cristo sendo ferido para que dele saísse água. Em 1 Coríntios Paulo explica que a rocha que os seguia era Cristo. "E beberam todos de uma mesma bebida espiritual, porque bebiam da pedra espiritual que os seguia; e a pedra era Cristo." (1 Co 10:4).

Portanto temos dois episódios distintos: um em que Moisés deveria ferir a rocha com sua vara, e outro em que Moisés deveria tomar a vara de Aarão e falar à rocha. Cristo só precisou ser ferido uma vez pelo juízo de Deus para trazer salvação. Moisés não entendeu isso e feriu a rocha uma segunda vez, duas vezes, desobedecendo assim a ordem expressa de Deus de falar à rocha. Um momento representava o juízo, o outro representava a graça. Cristo, por sua morte na cruz, foi ferido uma vez para nos justificar "pelo seu sangue" e nos salvar. Mas o mesmo Cristo é visto em Romanos agora nos salvando, a nós que já cremos nele, não por sua morte, mas por sua vida.

"Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores. Logo muito mais agora, tendo sido justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira. Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, tendo sido já reconciliados, seremos salvos pela sua vida." (Rm 5:8-10).

Este "seremos salvos pela sua vida" nos fala de como ele está hoje no céu na presença do Pai e exercendo seu sacerdócio em nosso favor. Por termos um Salvador vivo no céu podemos descansar no fato de estarmos sendo salvos — no sentido de sermos mantidos a salvo do mal — por sua intercessão. Um morto não poderia interceder por nós, mas por sua morte Cristo nos salvou. Então um Cristo ressurreto e vivo hoje nos salva por meio de sua vida e ação intercessora diante de Deus.

por Mario Persona

Mario Persona é palestrante e consultor de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional (www.mariopersona.com.br). Não possui formação ou título eclesiástico e nem está ligado a alguma denominação religiosa, estando congregado desde 1981 somente ao Nome do Senhor Jesus. Esta mensagem originalmente não contém propaganda. Alguns sistemas de envio de email ou RSS costumam adicionar mensagens publicitárias que podem não expressar a opinião do autor.)
Mario Persona é palestrante e consultor de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional www.mariopersona.com.br. Não possui formação ou título eclesiástico e nem está ligado a alguma denominação religiosa, estando congregado desde 1981 somente ao Nome do Senhor Jesus. Esta mensagem originalmente não contém propaganda. Alguns sistemas de envio de email ou RSS costumam adicionar mensagens publicitárias que podem não expressar a opinião do autor.
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