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Os mormons creem em Jesus?



https://youtu.be/GYl873D9ZR4

A dúvida é saber se os adeptos da religião mórmon verdadeiramente creem em Jesus. Essa religião, cujo líder máximo faleceu recentemente, foi fundada em cima dos ensinamentos do suposto profeta Joseph Smith, que alegava ter recebido uma revelação inédita, como é comum afirmarem os fundadores de novas seitas.

Caso você não esteja familiarizado com essa religião, tudo começou quando Joseph Smith disse ter sido visitado por um anjo de nome Moroni. Sim, você já deve saber que a Palavra de Deus nos alerta, na carta do apóstolo Paulo a Gálatas, que se um anjo vindo do céu nos anunciar um evangelho diferente daquele anunciado pelo apóstolo, que seja considerado anátema ou amaldiçoado. A passagem diz assim:

“Há alguns que vos inquietam e querem transtornar o evangelho de Cristo. Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema. Assim, como já vo-lo dissemos, agora de novo também vo-lo digo. Se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema.” (Gl 1:7-9).

Obviamente Joseph Smith devia conhecer a passagem, mas achou que no seu caso seria diferente, como acontece com todo falso profeta com ganas de ter sido escolhido por Deus para uma missão. Por isso ele entrou na longa fila de anticristos surgidos desde o primeiro século e acreditou no suposto anjo. Este podia tanto ser um anjo caído, como também um mero produto de sua imaginação depois de ter lido livros de ficção escritos por James Fennimore Cooper, que trazem uma curiosa coincidência com o estilo e narrativa do “Livro de Mórmon”.

O tal anjo instruiu Joseph a aguardar mais quatro anos e depois ir cavar num morro da região, onde encontraria um livro escrito em lâminas de ouro, juntamente com o Urim e Tumim mencionados na Bíblia. O tal livro contaria a história dos antigos habitantes da América e o Urim e Tumim seria o aplicativo que lhe daria a capacidade de traduzir o idioma desconhecido das lâminas de ouro.
E não é que ele foi, cavou e encontrou mesmo tudo isso? Bem, ao menos foi a história que passou a contar para todo mundo, porque apenas um pequeno número de amigos dizem ter visto as tais lâminas, mas eles não eram capazes de traduzir o idioma que Joseph dizia ser “egípcio reformado”. Segundo o tal anjo, as lâminas teriam sido enterradas ali uns quatrocentos anos antes de Cristo por uma suposta tribo israelita chamada Lamanitas. Esta teria imigrado para a América dois mil e seiscentos anos antes das atuais restrições norte-americanas de imigração.

Vendo que seus amigos davam corda aos seus devaneios, e como pretensão pouca é bobagem e quem conta um conto aumenta um ponto, Joseph Smith aproveitou para esticar um pouco mais sua história e passou a dizer que seu próprio nascimento teria sido profetizado por José no Egito, que ele era descendente de Moisés e tinha sido designado por Deus para revelar a moderna lei e os divinos decretos aos “santos dos últimos dias”. Segundo o “Livro de Mórmon”, esses “santos” seriam os nativos norte-americanos, obviamente nenhum deles com um sobrenome tão britânico quanto “Smith”.

Joseph foi assassinado e convenientemente transformado em mártir para os de sua religião. Nenhum indício arqueológico jamais foi encontrado para provar que algum povo do Oriente Médio tenha vivido na América e construído a grande civilização de cidades muradas descrita no Livro de Mórmon. Para complicar ainda mais a credibilidade dessa história, junte-se a isso o relato dos pais do suposto profeta, que deixaram registrada a história de como ele teria levado o volume de lâminas de ouro do morro onde foi escavado até sua casa.

Sua mãe, Lucy Mack Smith, conta que ele “o envolveu em um lençol de linho, colocou-o debaixo do braço e caminhou para casa... Depois de caminhar por certa distância... quando estava saltando por sobre um tronco, um homem surgiu por detrás dele e lhe deu uma coronhada na cabeça. Joseph virou-se e nocauteou o homem, e saiu correndo”. Ela continua contando que ele foi atacado ainda mais duas vezes no caminho, e mesmo assim fugiu mancando como mancava por causa de uma cirurgia feita na perna quando criança. A mãe do “profeta” revela isso no livro “History of Joseph Smith by His Mother”.  

Um “apóstolo” daquela religião, de nome John Widtsoe, explicou que o volume de lâminas de ouro pesava cerca de noventa quilos, o que nos faz pensar num Joseph Smith bastante atlético, capaz de correr de três assaltantes com o equivalente a dois sacos de cimento debaixo do braço, e ainda nocautear um deles. Existe em Salt Lake City uma réplica daquele volume construída a partir das medidas registradas pelo próprio Joseph Smith. Para simular o peso do ouro, que tem um peso específico de cerca de 19 gramas por centímetro cúbico, a réplica foi construída de chumbo, que é mais leve, com cerca de 11 gramas por centímetro cúbico. Se já é difícil levantar os 53 quilos da réplica, o que dize de tirar de um buraco, correr para casa e ainda se desvencilhar de três assaltantes carregando um bloco de quase o dobro desse peso. Obviamente os mórmons devem ter alguma explicação milagrosa para tal feito.

Fica até difícil de se determinar em que os mórmons realmente creem, pois suas doutrinas foram sendo mudadas ao longo do tempo. Brigham Young, que foi o segundo presidente da seita e teve mais de setenta esposas, escreveu: “Adão é nosso Deus e Pai... ele ajudou a criar esta terra... Ele é Miguel...” (Deseret News, 1873). Também disse que “quando a virgem Maria concebeu o menino Jesus, o Pai foi feito à imagem do filho. Ele não foi gerado pelo Espírito Santo.” (Journal of Discourses). Obviamente mais tarde seus sucessores cuidaram de mudar a doutrina de um de seus fundadores.

Joseph Smith ensinava que “o próprio Deus já foi um dia como nós agora somos, e hoje é um Homem exaltado, entronizado nos céus... e vocês precisam aprender como se tornarem a si mesmo deuses... como fizeram todos os deuses antes de vocês” (Teachings of the Prophet Joseph Smith). Evidentemente essa doutrina foi também mudada, como também aquela que não permitia que negros exercessem o sacerdócio e foi mudada em 1978. A poligamia, praticada livremente no princípio, agora só ocorre entre grupos dissidentes e os líderes modernos alteraram todos os textos de Brigham Young trocando “esposas” por um singular “esposa”, além de fazerem desaparecer das citações de Joseph Smith suas muitas esposas e divórcios.

Eu poderia citar outras mudanças que fizeram na doutrina para ficar mais palatável ao homem moderno, mas não seria de proveito algum, por isso vou deixar que a questão “Os mórmons creem em Jesus?” seja respondida por John Kulp no texto de sua autoria que traduzo a seguir.

Mórmons creem em Jesus? - John Kulp

A resposta curta, porém incompleta à questão acima, é: depende do que você quer dizer com as palavras ”crer” e ”Jesus”. Sem dúvida muitos mórmons acreditam da mesma forma que muitos nos dias de Jesus acreditavam em Seu nome quando viam os milagres que Ele fazia (João 2:23), e também como aconteceu com Simão, o mago, quando a pregação do reino de Deus em Samaria foi acompanhada de milagres e sinais (Atos 8:5-24). No entanto, uma crença carnal em uma construção intelectual ou religiosa, independente do quanto você fique impressionado pelo poder sobrenatural da Pessoa divina que fornece os blocos para a construção de tal conceito, não pode salvar sua alma do inferno e da ira de Deus.

Thomas Monson, ”apóstolo” e presidente de longa data da Igreja Mórmon (“A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias”) morreu esta semana aos 90 anos. Em um breve comentário sobre a vida e morte de Monson, o apologista cristão James White escreveu isto: ”Deveria trazer profunda tristeza aos nossos corações pensar em quantas vezes ele pronunciou o nome 'Jesus Cristo', e em todas e cada uma delas ele estava se referindo a um personagem de ficção que não existe e nunca existiu. Ah, o impacto que tem a falsa religião!”. Não precisamos entrar nas profundezas da falsa doutrina que os Mórmons detêm sobre a Pessoa do Senhor Jesus Cristo, pois basta dizer que eles não O veem como o Criador incriado de todas as coisas, Aquele que é ”o mesmo” eternamente (Salmo 102:27; Hebreus 1 e 13:8).

Todavia, o próprio caráter e significado da fé — ou do ato de crer — também estão em questão. Fiquei perplexo ao encontrar no site Mórmon, onde o próprio ensinamento oficial dos Mórmons tenta distinguir entre várias formas de crença ou confiança em Jesus Cristo, o seguinte texto: ”Milhões de pessoas conhecem Jesus Cristo. Seria suficiente saber quem é Jesus e Seu papel no plano do Pai Celestial? Na verdade esse conhecimento é apenas o começo. Compreender e abraçar o papel de Jesus Cristo como Salvador é a chave de toda fé cristã, e exige mais do que ter uma crença teórica de que Ele viveu e realizou grandes coisas. Requer ter a confiança de que Ele realmente foi ressuscitado e que sofreu, não só a morte, mas também a dor espiritual por nossos pecados.”. Um aspecto inquietante dessa citação é que ela quase pode ser lida como se tivesse sido dita por um pregador do evangelho. Existe alguma falha nessa afirmação que impediria a salvação de quem a apreende? Vamos explorar um pouco mais o que significa crer no Senhor Jesus Cristo para a salvação e a vida eterna.

Sem dúvida, e antes de tudo, o Jesus em quem é preciso confiar para se ter a vida eterna deve ser aquele revelado nas Sagradas Escrituras, e não pode ser uma falsificação ou uma construção intelectual. Mas, quanto à essência da fé que tem a Cristo como seu objeto, há pregadores cristãos que têm uma visão bastante reducionista do evangelho, apontando para João 3:16 — ”quem nele crê” — quase que como uma versão evangélica da ”Teoria do Tudo”. É certo que qualquer um possa ser salvo ouvindo apenas este versículo em uma mensagem do evangelho, mas para entender o evangelho da graça de Deus e a natureza de ”uma fé não fingida” (1 Timóteo 1:5; 2 Timóteo 1:5) exige ter mais ensinamento, tanto do Evangelho de João, quanto da Carta aos Romanos.

Por exemplo, Paulo escreve em Romanos que a justificação exige ”fé no Seu sangue”, além de fé em Jesus (Romanos 3:24-26). No capítulo 4:24 ele acrescenta a isso a necessidade de crer ”naquele [Deus] que dentre os mortos ressuscitou a Jesus nosso Senhor”. E então, em Romanos 10:9, Paulo estipula que a salvação é obtida confessando-se com a boca e crendo ”que Deus o ressuscitou dentre os mortos”. João 1:12 fala de ”receber” aquele que é a Luz, e em João 5:24 o Senhor acrescenta outro pré-requisito para ter a vida eterna: ”Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, tem vida eterna”. Além disso, em Efésios 2:8 a fé que é requerida é declarada, não como vinda da própria pessoa, mas como sendo um dom de Deus. Ora, fica logo evidente que esse maravilhoso e multifacetado esquema de redenção realizado por Cristo e oferecido ao homem não pode ser reduzido doutrinariamente a um versículo ou frase, mesmo que um versículo como João 3:16, volto a dizer, seja capaz de salvar qualquer um que o escute pela fé.

Não podemos aqui abordar todas as facetas da redenção e de como os crentes entram no gozo de todas as suas bênçãos espirituais em Cristo pela fé. No entanto, um aspecto da fé é muitas vezes esquecido, e até mesmo rejeitado por muitos, e este é o de que a fé genuína é muito mais que o tipo de fé que alguém poderia ter nas leis da gravidade ou da astronomia, e também diferente em seu caráter. A fé deve ser o resultado de uma alma vivificada ou nascida de novo, isto é, de um ”coração novo” dado soberanamente por Deus (Ezequiel 36:26). Enquanto muitos criam no nome de Jesus depois de terem visto os milagres, João imediatamente nos fala de como o Senhor Jesus não confiava neles, pois sabia o que era necessário primeiro: O novo nascimento, uma obra vivificadora nas almas dos homens. Somente então, e depois de insistir com Nicodemos que o novo nascimento era necessário para tratar ”do que havia no homem” (João 2:25), é que Jesus revela a vida eterna como resultado da fé nele como proveniente de Deus. Leia de João 2:23 até 3:16, em especial conectando a passagem de João 3:2 com 2:23, a fim de obter uma compreensão do que o Senhor Jesus sabia, e do que Ele exigia como requisito para que a fé fosse eficaz para alguém ser até ser capaz de ”ver (pela fé) o reino de Deus” (João 3:3).

A fé efetiva deve ter a alma nascida de novo como ponto de partida, e qualquer ”fé” que seja resultado de milagres, ou qualquer ”crença” decorrente da vontade do homem, continua sendo rejeitada por Deus como fruto da carne, a qual não pode agradar a Deus. Veja João 1:12-13 e Romanos 8:7-8. Não importa em quê um Mórmon moralmente correto possa acreditar; se ele não considerar a necessidade de uma fé e vida divina fundamentada numa ”nova criação”, o seu conhecimento de Cristo e sua fé em Cristo não passarão de uma fé ”segundo a carne” (2 Coríntios 5:16-17). E se acontecer de um Mórmon ser vivificado pela graça soberana de Deus, sua fé acabará repousando naquele que ”é o verdadeiro Deus e a vida eterna” (1 João 5:20) e, sem dúvida, ele logo se afastará do falso conceito que o sistema que a ”A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias” estabeleceu para a crença carnal. E muitos já fizeram exatamente isso, louvado seja Deus!Traduzido do texto “Do mormons believe on Jesus?”, de John Kulp

por Mario Persona

Mario Persona é palestrante e consultor de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional (www.mariopersona.com.br). Não possui formação ou título eclesiástico e nem está ligado a alguma denominação religiosa, estando congregado desde 1981 somente ao Nome do Senhor Jesus. Esta mensagem originalmente não contém propaganda. Alguns sistemas de envio de email ou RSS costumam adicionar mensagens publicitárias que podem não expressar a opinião do autor.)
Mario Persona é palestrante e consultor de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional www.mariopersona.com.br. Não possui formação ou título eclesiástico e nem está ligado a alguma denominação religiosa, estando congregado desde 1981 somente ao Nome do Senhor Jesus. Esta mensagem originalmente não contém propaganda. Alguns sistemas de envio de email ou RSS costumam adicionar mensagens publicitárias que podem não expressar a opinião do autor.
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