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O que seria orar NO Espírito?



https://youtu.be/tRwXYEQGyFg

Você escreveu dizendo que não entendeu as passagens que dizem que devemos orar NO Espírito Santo. Acaso existiria alguma oração que não seja no Espírito? Bem, você deve entender que ninguém deve orar AO Espírito Santo, como também não se deve adorá-lo, ainda que o Espírito Santo seja uma Pessoa divina, assim como é o Pai e o Filho. Oramos ao Pai e ao Filho, que são os modos bíblicos de oração, mas não ao Espírito. Mas quando oramos ao Pai ou ao Filho, devemos orar NO Espírito Santo.

Dois versículos dizem isso: "Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os santos... Mas vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé, orando no Espírito Santo." (Ef 6:18; Jd 1:20).

Orar no Espírito Santo é orar inspirado e guiado por ele, e não por nossa carne. Uma oração repetitiva, dessas que você fala as coisas e nem está pensando no que está dizendo, mas viajando em pensamento, não é orar no Espírito Santo, é orar na carne, na memória, no intelecto.

Orar no Espírito não é pedir para que seja feita a minha vontade, mas orar em comunhão com o Pai buscando conhecer os seus pensamentos e desejos para nós e para as pessoas por quem oramos. Por exemplo, não faria sentido eu orar para Deus me dar uma Ferrari. Por que não? Porque eu não preciso de uma Ferrari e Deus saberia que eu estaria pedindo isso apenas para poder me exibir diante das pessoas.

Muita gente argumenta dizendo: "Mas a Bíblia não diz que tudo o que pedimos o Pai nos dá se pedirmos com fé?" Não, a Bíblia não diz isso, a Bíblia diz isso e mais alguma coisa. Devemos primeiro aprender que Deus "faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade" (Ef 1:11), não segundo o conselho da minha vontade.

Essa vontade de Deus é que irá determinar a minha vontade para que ela esteja de acordo com a dele e eu possa orar e pedir em conformidade com os seus pensamentos, "Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade." (Fp 2:13). Se o meu querer e o meu efetuar não forem operados por Deus eles não passarão de palha no Tribunal de Cristo.

E aquelas promessas do tipo "batei e vos abrirá", "pedi e recebereis", ou "tudo o que pedirmos" ou qualquer outra que pareça que Deus é um garçom à nossa disposição, elas não podem ser tomadas isoladamente, como num contrato uma cláusula não pode ser tomada isolada do contexto de todo o contrato. É perigoso isolar versículos da Bíblia sem considerar o escopo das Escrituras como um todo, e esta ensina que "se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve" (1 Jo 5:14).

Você já parou para pensar se aquela mansão que está pedindo, aquele carro importado, aquela prosperidade que mostram os pregadores da TV, são coisas "segundo a SUA vontade", vontade de Deus? Porque se não forem, e Deus permitir que você as tenha, não será para bênção, mas para sofrimento.

Quando os israelitas no deserto enjoaram de comer o maná que Deus dava de forma graciosa e milagrosa, pediram carne. Aos olhos de Deus aquilo não foi um pedido, aquilo foi um ato de desobediência, rebelião e desafio. "E tentaram a Deus nos seus corações, pedindo carne para o seu apetite." (Sl 78:18). Deus já lhes dava o que lhes era necessário e de uma maneira como ninguém mais na história da humanidade havia recebido: o Maná, um pão vindo do céu.

Será que o desejo deles estava de acordo com a vontade de Deus? Não estava, e podemos ver pelas consequências do pedido do povo que foi atendido por Deus para lhes dar uma lição e servir também para nós. "Ora, tudo isto lhes sobreveio como figuras, e estão escritas para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos." (1 Co 10:11).

"E o vulgo, que estava no meio deles, veio a ter grande desejo; pelo que os filhos de Israel tornaram a chorar, e disseram: Quem nos dará carne a comer? Lembramo-nos dos peixes que no Egito comíamos de graça; e dos pepinos, e dos melões, e dos porros, e das cebolas, e dos alhos. Mas agora a nossa alma se seca; coisa nenhuma há senão este maná diante dos nossos olhos... Então soprou um vento do Senhor e trouxe codornizes do mar, e as espalhou pelo arraial quase caminho de um dia, de um lado e de outro lado, ao redor do arraial; quase dois côvados sobre a terra. Então o povo se levantou todo aquele dia e toda aquela noite, e todo o dia seguinte, e colheram as codornizes; o que menos tinha, colhera dez ômeres; e as estenderam para si ao redor do arraial Quando a carne estava entre os seus dentes, antes que fosse mastigada, se acendeu a ira do Senhor contra o povo, e feriu o Senhor  o povo com uma praga mui grande Por isso o nome daquele lugar se chamou Quibrote-Ataavá, porquanto ali enterraram o povo que teve o desejo."  (Nm 11:4-6; 31-34).

Estas perguntas todos nós deveríamos fazer antes de orar pedindo por algo:  Será que precisavam mesmo disso? Pedir isso estaria em conformidade com a vontade de Deus? Então devemo nos colocar à disposição do Espírito Santo de Deus para nos guiar nas respostas. Não saberemos qual é a vontade de Deus a menos que o Espírito Santo de Deus possa revelá-la em nosso coração, e isso não acontecerá se estivermos sem comunhão com Deus andando em nossa vontade própria.

Foi o caso do Rei Saul, que depois de tanto desobedecer, perdeu a conexão que tinha com Deus e este não mais deu ouvidos a ele. Foi aí que ele decidiu fazer com os pagãos faziam e fazem até hoje, buscar uma médium para se comunicar com espíritos, algo que Deus categoricamente havia proibido antes e proíbe agora.

"E, vendo Saul o arraial dos filisteus, temeu, e estremeceu muito o seu coração. E perguntou Saul ao Senhor, porém o Senhor não lhe respondeu, nem por sonhos, nem por Urim, nem por profetas. Então disse Saul aos seus criados: Buscai-me uma mulher que tenha o espírito de feiticeira, para que vá a ela, e consulte por ela." (1 Sm 28:5-7).

Mas então onde encontrar a sabedoria para pedir como convém? No Espírito Santo, na confiança que se pedirmos errado ele irá "filtrar" nosso pedido e este não chegará ao Pai, ao menos na forma como pedimos. E nossa disposição deve ser sempre a de que, seja como for a resposta de Deus, ela será a melhor para nós. E Deus sempre responde às nossas orações, às vezes com um NÃO, outras vezes com um SIM, outras vezes com um ESPERE.

"E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis. E aquele que examina os corações sabe qual é a intenção do Espírito; e é ele que segundo Deus intercede pelos santos. E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito." (Rm 8:26-28).

Mas existem alguns motivos de oração que estão muito claros nas Escrituras e deveríamos adotá-los. Por exemplo, em lugar nenhum você encontrará que um cristão deva amaldiçoar as autoridades ou se opor a elas. Ele deve orar por elas, não para termos um mundo melhor, mais próspero e pujante, porque nem o Senhor Jesus orou por este mundo. "Eu rogo por eles; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus." (Jo 17:9).

Oramos pelas autoridades para que haja tranquilidade e possamos continuar pregando o evangelho e adorando a Deus sem obstáculos, e também para que as autoridades se convertam a Cristo, o que é também o desejo de Deus.

"Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se façam deprecações, orações, intercessões, e ações de graças, por todos os homens; pelos reis, e por todos os que estão em eminência, para que tenhamos uma vida quieta e sossegada, em toda a piedade e honestidade; porque isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador, que quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade." (1 Tm 2:1-4).

Mas seria correto orar por um incrédulo, para que ele seja curado, para que arranje emprego, resolva os problemas no casamento e coisas semelhantes? Eu creio que um bom exercício é aprender como e para quê Jesus orou em João 17.

"Jesus falou assim e, levantando seus olhos ao céu, disse: Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que também o teu Filho te glorifique a ti; assim como lhe deste poder sobre toda a carne, para que dê a vida eterna a todos quantos lhe deste. E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste." (Jo 17:1-3).

Ele orou para que o Pai desse a vida eterna a todos aqueles que ele deu ao Filho, e para entender isso é preciso ler outra passagem que demonstra que uma pessoa só pode crer em Cristo se o Pai a der ao Filho. A simples razão disso é que homem nenhum vai a Deus. E como poderia, se em Romanos 3:11 a afirmação categórica é que "Não há ninguém que busque a Deus"?

"Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora... Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia." (Jo 6:37, 44). Isso incomoda a muitos que acham que a salvação tenha algo a ver com escolha do homem e não com a eleição de Deus, mas uma alma submissa à Palavra de Deus irá acatar isso ainda que não entenda em profundidade.

A razão de o Pai ter dado alguns ao Filho foi porque ele quis assim, e porque esses estavam entre os que ele "elegeu nele [em Cristo] antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor; e nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade, Para louvor e glória da sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado" (Ef 1:4-6).

Como não sabemos quais foram os que o Pai deu ao Filho nós simplesmente oramos para "que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste." (Jo 17:3). Não há dúvidas, portanto, que orar pela salvação de incrédulos é orar segundo a vontade do Pai. Toda oração que concorde com a vontade de Deus é uma oração eficaz.

"A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos." (Tg 5:16). "E esta é a confiança que temos nele, que, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve. E, se sabemos que nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que alcançamos as petições que lhe fizemos." (1 Jo 5:14-15).

Mas devo eu orar para que tudo corra bem com alguém que não crê em Jesus e tem sido avesso aos apelos do Evangelho? Deveria eu orar para que alguém assim seja curado, encontre emprego, resolva seus problemas conjugais e tenha uma vida feliz? Entendo que não, porque não é da vontade de Deus que um incrédulo tenha uma vida feliz neste mundo só para passar a eternidade sofrendo no juízo eterno. Ora, não precisa ter muito discernimento espiritual para saber que é por meio do sofrimento que Deus leva alguns ao arrependimento e conversão. "Antes de ser afligido andava errado; mas agora tenho guardado a tua palavra." (Sl 119:67).

Tendo isto em mente, oramos pelos incrédulos para Deus salvá-los, independente dos meios que ele irá escolher para fazer isso. Oramos para que as circunstâncias e a dor que estejam passando, por piores que sejam, possam ser o meio usado por Deus para tocar seus corações.

Também oramos pelos incrédulos orando por nós mesmos, para que Deus nos abra portas de chegar a eles com a mensagem de salvação; para que nós mesmos sejamos persistentes nessa oração e para que saibamos o que falar na hora de entregar o evangelho. Ou talvez até para que outros irmãos possam chegar a eles com o Evangelho.

Mas veja que em nada disso estarei orando pelo bem estar do incrédulo, por sua cura, prosperidade ou felicidade fora de Cristo. Ou você acha que alguém possa ser feliz eternamente sem Cristo se os seus problemas aqui forem resolvidos? Minha mãe costumava dizer: "Se a vida neste mundo fosse boa ninguém iria querer ir morar no céu".

Antes que você ache que não parece muito certo deixar de orar por alguma dificuldade de alguém, saiba que encontramos na Palavra até uma ordem explícita para não orar para um determinado tipo de pessoa, e a passagem está falando, não de incrédulos, mas de crentes que estejam desonrando o nome e a Pessoa de Cristo.

"E esta é a confiança que temos nele, que, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve. E, se sabemos que nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que alcançamos as petições que lhe fizemos. Se alguém vir pecar seu irmão, pecado que não é para morte, orará, e Deus dará a vida àqueles que não pecarem para morte. Há pecado para morte, e por esse não digo que ore. Toda a iniquidade é pecado, e há pecado que não é para morte." (1 Jo 5:14-17).

A esse pecado gravíssimo a Bíblia chama de "pecado para morte", e fica muito claro que não está se referindo à morte espiritual ou condenação eterna da pessoa, mas à morte do corpo, morte física. E aqui vem a questão: Como saber que a pessoa está desonrando a esse ponto o nome e a Pessoa de Cristo, que Deus prefira até tirá-la da terra do que deixá-la aqui? Bem, aí voltamos ao cerne de sua pergunta que é sobre o orar no Espírito Santo.

Nós mesmos talvez não saibamos dizer se alguém está pecando para morte ou não, mas temos algumas pistas que podem ajudar. O apóstolo Paulo, que tinha poder para isso, decretou que fosse entregue a Satanás para a destruição do corpo o homem que estava pecando com a madrasta, a mulher de seu pai. A passagem deixa muito claro que isso se limitava à morte do corpo, já que o espírito estaria a salvo: "Seja entregue a Satanás para destruição da carne, para que o espírito seja salvo no dia do Senhor Jesus." (1 Co 5:5).

Temos mais um exemplo em 1 Timóteo 1:20 "E entre esses foram Himeneu e Alexandre, os quais entreguei a Satanás, para que aprendam a não blasfemar.". Outro encontramos nas instruções da ceia do Senhor, quando Paulo revela que havia muitos em Corinto que estavam doentes ou já tinham dormido, isto é, tinham morrido, por tratarem de forma displicente a ceia. A passagem é esta:

"Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice. Porque o que come e bebe indignamente, come e bebe para sua própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor. Por causa disto há entre vós muitos fracos e doentes, e muitos que dormem. Porque, se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados. Mas, quando somos julgados, somos repreendidos pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo." (1 Co 11:28-32).

Ananias e Safira podem ser considerados outro exemplo de "pecado para morte". Eles cometeram um pecado tão grave, que era pecar contra o Espírito Santo para ficarem bem na aparência para com os irmãos, que Deus preferiu levá-los da terra porque não serviam como testemunho aqui.

Antes que você se apavore por ter alguma vez mentido a alguém, lembre-se de que isso aconteceu numa época quando a Igreja estava começando e o poder de Deus era visível em manifestações espirituais e curas. Afinal, "com grandes poderes vêm grandes responsabilidades". Se você pensou que foi o tio do Homem Aranha quem inventou a frase é melhor pensar outra vez. Ela já tinha sido dita há dois mil anos e está registrada no Evangelho de Lucas 12:48: "E, a qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá, e ao que muito se lhe confiou, muito mais se lhe pedirá.".

por Mario Persona

Mario Persona é palestrante e consultor de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional (www.mariopersona.com.br). Não possui formação ou título eclesiástico e nem está ligado a alguma denominação religiosa, estando congregado desde 1981 somente ao Nome do Senhor Jesus. Esta mensagem originalmente não contém propaganda. Alguns sistemas de envio de email ou RSS costumam adicionar mensagens publicitárias que podem não expressar a opinião do autor.)
Mario Persona é palestrante e consultor de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional www.mariopersona.com.br. Não possui formação ou título eclesiástico e nem está ligado a alguma denominação religiosa, estando congregado desde 1981 somente ao Nome do Senhor Jesus. Esta mensagem originalmente não contém propaganda. Alguns sistemas de envio de email ou RSS costumam adicionar mensagens publicitárias que podem não expressar a opinião do autor.
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