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O que acontecerá no futuro?



https://youtu.be/RXoi1sm-35A

Você pergunta o que acontecerá no futuro com os as nações que discordam da decisão do presidente dos Estados Unidos de reconhecer Jerusalém como capital de Israel. Sua dúvida surgiu depois de ler em Zacarias 12:9, que diz: "Naquele dia, procurarei destruir todas as nações que vierem contra Jerusalém.". Seriam então essas nações todas amaldiçoadas no final?

É difícil responder a isso sem ser politicamente incorreto, mas a verdade nem sempre é doce. Às vezes os desígnios e a vontade de Deus podem ser coisas difíceis de se engolir — ou impossível até para a maioria das pessoas —, mas para o nascido de novo, que conhece a Cristo como Salvador e crê em tudo o que Deus diz em sua Palavra, não deve ser assim. O cristão sabe que seu guia não é a opinião pública, mas a Palavra de Deus aplicada na alma pelo Espírito Santo, que diz: "Não vos conformeis [ou vos moldeis] com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente". Ou seja, este século — ou mundo ou tendências determinadas pelos homens — não deve ser a fôrma que irá moldar a mente do cristão. O objetivo desta exortação é "para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus." (Rm 12:2).

Um salvo por Cristo irá sempre dar razão a Deus, pois "a Sabedoria é justificada por todos os seus filhos" (Lc 7:35). Ele saberá que, por mais na contramão que a vontade de Deus possa parecer, ela será sempre "boa, agradável e perfeita." (Rm 12:2). Deus diz: "A minha mão fez todas estas coisas, e todas vieram a existir, diz o Senhor, mas o homem para quem olharei é este: o aflito e abatido de espírito e que treme da minha palavra." (Is 66:2).

Então eu e você, que entendemos a "boa, agradável e perfeita" vontade de Deus segundo os critérios dele e não os nossos, vamos nos sentar quietinhos e ver essa “boa, agradável e perfeita” vontade passar diante de nossos olhos como um filme dramático. Talvez a gente precise pegar um lenço, porque o filme é triste, mas como o Diretor é Deus não devemos contestar.

Às vésperas de minha conversão, quando eu rastejava pelo fundo do poço, questionei com veemência a Deus. Em uma dessas manifestações de escárnio contra o Criador, abri uma Bíblia a esmo só para provar para mim mesmo que encontraria nela o que para mim seria alguma grande bobagem. Caí em Jó 38 e não desgrudei até ler os capítulos 39 e o 40. Aquilo serviu para mim como um cala-boca.

Se você tiver qualquer questionamento a fazer sobre os desígnios divinos, leia os capítulos 38 ao 40 de Jó para Deus também calar a sua boca como calou a minha. Eu e você somos por natureza farinha do mesmo saco, incapazes de enxergar e entender por nós mesmos um átomo sequer dos desígnios de Deus. Nossa mente natural é doente pelo pecado e inchada da soberba que herdamos de Adão, e sempre irá querer julgar a Deus ou tentar fazê-lo caber em nossa minúscula caixa craniana.

Quando olhamos para a profecia bíblica é como se olhássemos uma paisagem vista de cima de uma montanha: vemos os picos das outras montanhas, mas não os imensos vales entre elas. Assim são os acontecimentos proféticos, que costumam apresentar os cumes dos eventos. Na visão da profecia eles podem até parecer próximos uns dos outros, mas nem sempre estão. Tem muita água correndo nos vales.

O capítulo 12 de Zacarias, que você citou, é como a história da humanidade em "fast forward", aquele botão que faz o vídeo passar rapidamente. Começa deixando bem claro quem é o Senhor: "O que estendeu o céu, fundou a terra e formou o espírito do homem dentro dele" (Zc 12:1). Isto já deveria ser suficiente para chutar para escanteio qualquer protesto contra as decisões administrativas de Jeová para este mundo. Afinal, ele é o Criador e dono de tudo; foi ele quem fez o homem e detém o direito de fazer dele, do mundo e do Universo o que bem entender.

O versículo 2 do capítulo 12 de Zacarias quase nem precisa de explicação: "Eis que eu farei de Jerusalém um cálice de tontear para todos os povos em redor". Quando foi no decorrer de sua vida que Jerusalém não esteve nos jornais? O profeta continua: "Naquele dia, farei de Jerusalém uma pedra pesada para todos os povos; todos os que a erguerem se ferirão gravemente; e, contra ela, se ajuntarão todas as nações da terra. Naquele dia, diz o Senhor, ferirei de espanto a todos os cavalos e de loucura os que os montam; sobre a casa de Judá abrirei os olhos e ferirei de cegueira a todos os cavalos dos povos. Então, os chefes de Judá pensarão assim: Os habitantes de Jerusalém têm a força do Senhor dos Exércitos, seu Deus." (Zc 12:3-5).

Antes que você entre em pânico, é bom lembrar que a expressão "naquele dia", que aparece com frequência na profecia, se refere ao dia quanto o Filho do Homem, o Cristo e Messias de Israel descer dos céus para resolver esse imbróglio em que se tornou o mundo durante o período da administração humana. Cristo virá para pendurar aqui a faixa: “SOB NOVA ADMINISTRAÇÃO”.

Eu disse a você que estaríamos olhando para os picos ou cumes dos acontecimentos proféticos, e o cume desse evento que é a vinda de Cristo literalmente ao mundo só ocorrerá no mínimo sete anos depois que a Igreja tiver sido tirada da terra no arrebatamento. Será nesse período de sete anos, após o encontro dos salvos com Cristo nos ares, que o anticristo se manifestará. Nesse período também um remanescente de judeus fiéis se converterá em meio a uma "tamanha tribulação como nunca houve desde o princípio do mundo, que Deus criou, até agora e nunca jamais haverá." (Mc 13:19). Portanto, volte a se sentar e limpe o suor da testa, porque isso não vai acontecer hoje.

O arrebatamento da Igreja, este sim, pode acontecer a qualquer momento, e se você perdeu alguma aula das páginas proféticas, entenda por Igreja o conjunto de TODOS os salvos por Cristo, sem distinção. Se você ainda acha que na Bíblia "igreja" seja alguma organização religiosa com um nome dado por homens, tipo "Igreja Isso" ou "Igreja Aquilo" é melhor tirar a borracha de seu estojo e apagar tudo o que aprendeu em alguma escola dominical ou mesmo faculdade de teologia que tenha lhe ensinado assim. Também não confunda a vinda de Cristo ao mundo para julgar as nações, à qual me referi há pouco, com sua volta nos ares para buscar a Igreja. Quando ele vier para julgar as nações colocará seus pés no chão do monte das Oliveiras; quando vier alguns anos antes para buscar sua Igreja não descerá até a terra, mas irá marcar o encontro nos ares, entre nuvens.

Se você um dia creu em Cristo como seu Salvador e Senhor ele fez de você membro de seu próprio corpo que é a Igreja, a qual é também a Noiva de Cristo. Quando ele vier no arrebatamento para buscar sua Noiva não vai deixar nem um dedo mindinho dela para trás, ao contrário de algum pregador interesseiro que possa estar amedrontando você com a ideia de que poderá perder sua salvação se não fizer isso, aquilo e aquilo outro. Sua salvação foi adquirida com o sangue precioso do Cordeiro derramado na cruz, não com algum ato religioso de sua parte, nem com batismo, perseverança, dízimos, ofertas, frequência aos cultos ou às missas e muito menos por você ter recebido o carimbo de "MEMBRO" de alguma instituição religiosa.

Voltando ao nosso assunto, devo lembrar que na Bíblia a profecia tem ligação direta com Israel e as nações, e que o 'relógio profético' está parado desde que os judeus assassinaram a Cristo com o patrocínio da humanidade como um todo. Então se você for um salvo por Cristo na presente era que já dura mais de dois mil anos, não pense que irá assistir ao filme "A Grande Tribulação", ou "O Anticristo", ou "O Fim do Mundo" enquanto ainda estiver aqui. A luz do cinema pode até estar sendo diminuída, como costuma acontecer minutos antes de começar a sessão, mas você será arrebatado da sala antes de a primeira cena ser projetada na tela, e pode ter certeza de uma coisa: Você não iria querer ficar para ver.

Você não encontrará nada sobre a Igreja nas profecias do Antigo Testamento ou mesmo dos Evangelhos, porque ela era "o mistério, desde os séculos, oculto em Deus" (Ef 3:9). Este capítulo 12 de Zacarias e muitos outros capítulos proféticos falam do que acontecerá "naquele dia", uma expressão para um tempo pós-Igreja.

Se alguma nação acha que pode mexer com Jerusalém, seja para prejudicá-la ou pensando poder ajudá-la, acabará sofrendo as consequências. Os eventos proféticos mostram claramente que todos sairão perdendo — não só o "Rei do Norte" (Dn 11) e seus aliados, que irão querer aniquilar Israel, mas também os exércitos ocidentais aliados liderados pela Besta, que tentarão defender Jerusalém contra os ataques do Rei do Norte.

No passado Deus disse a Labão, "Guarda-te, não fales a Jacó nem bem nem mal" (Gn 31:24), e este conselho também se aplica neste caso. Naquela ocasião Deus estava tratando com Jacó e ninguém deveria se intrometer, fosse para defendê-lo pelos erros cometidos, fosse para acusá-lo e atacá-lo. O ditado "em briga de marido e mulher não se mete a colher" também serve para as tratativas de Jeová com sua esposa infiel, Jerusalém. Veja que belíssima a descrição que Jeová faz de Jerusalém e de seu amor por ela:

“Passando eu por junto de ti, vi-te, e eis que o teu tempo era tempo de amores; estendi sobre ti as abas do meu manto e cobri a tua nudez; dei-te juramento e entrei em aliança contigo, diz o Senhor Deus; e passaste a ser minha. Então, te lavei com água, e te enxuguei do teu sangue, e te ungi com óleo. Também te vesti de roupas bordadas, e te calcei com couro da melhor qualidade, e te cingi de linho fino, e te cobri de seda. Também te adornei com enfeites e te pus braceletes nas mãos e colar à roda do teu pescoço. Coloquei-te um pendente no nariz, arrecadas nas orelhas e linda coroa na cabeça. Assim, foste ornada de ouro e prata; o teu vestido era de linho fino, de seda e de bordados; nutriste-te de flor de farinha, de mel e azeite; eras formosa em extremo e chegaste a ser rainha. Correu a tua fama entre as nações, por causa da tua formosura, pois era perfeita, por causa da minha glória que eu pusera em ti, diz o Senhor Deus.” (Ez 16:8-14).

Agora pense bem: Você teria coragem de se achar capaz de cuidar dessa amada de Jeová melhor do que ele, caso ela viesse a adulterar? Pois foi isso que aconteceu, e se Jeová nos últimos séculos tem tratado com ela em rigoroso juízo, não é você e nem Donald Trump quem irá se achar melhor que o Criador para decidir o que fazer. Agora tire as crianças da sala porque a partir do versículo 15 Deus irá descrever toda a sem-vergonhice praticada por Jerusalém, que inclui:

“Profanaste a tua formosura, e abriste as pernas a todo que passava, e multiplicaste as tuas prostituições. Também te prostituíste com os filhos do Egito, teus vizinhos de grandes membros, e multiplicaste a tua prostituição, para me provocares à ira. Por isso, estendi a mão contra ti e diminuí a tua porção; e te entreguei à vontade das que te aborrecem, as filhas dos filisteus [atuais palestinos], as quais se envergonhavam do teu caminho depravado.” (Ez 16:25-27).

Neste ponto você poderá querer argumentar, dizendo: “Então como fica aquela promessa de Deus em Gênesis 12:3 ‘Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem’? Não daria isso respaldo a uma decisão como a dos Estados Unidos de reconhecer Jerusalém como capital de Israel?”. Acredito que não, porque os jornais estão falando de um movimento político com interesses territoriais, comerciais e militares, enquanto a promessa bíblica tem mais a ver com a misericórdia feita à linhagem da fé, aqueles que Deus realmente considera como filhos de Abraão e verdadeiros israelitas.

Talvez fique mais fácil de entender quando olhamos para a cristandade. Deus olha para o mundo hoje e enxerga um testemunho como o descrito nas sete cartas de Apocalipse, em diferentes estados de fidelidade e infidelidade, a última delas causa náuseas no Senhor, porque mais parece uma mulher que se casou por interesse no dinheiro e prosperidade do Noivo. Ela se gaba de seus privilégios e não precisa de nada, nem do marido:

"Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu; aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças; e roupas brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas. Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê pois zeloso, e arrepende-te." (Ap 3:17-19).

Depois disso vemos João sendo arrebatado ao céu para assistir de camarote o que vai acontecer na terra, que será justamente o castigo de Cristo contra a cristandade adúltera e apóstata, a falsa Igreja. No arrebatamento Cristo virá buscar sua Noiva, a Igreja, que é o conjunto dos salvos que, no momento atual, está misturado com o joio desse testemunho que chamamos de cristandade. No entanto, a cristandade vazia de Cristo e dos salvos, que é vista como uma megera adúltera e infiel — a Babilônia, uma "Grande Meretriz" (Ap 19:2) — continuará neste mundo com seus templos, cultos, clérigos e leigos, todos beijando a mão do anticristo e perseguindo um remanescente judeu chamado pelo Senhor de seus "pequeninos irmãos" (Mt 25:40).

Esse remanescente irá realmente crer, pregar o evangelho do Reino e “perseverar até o fim” (Mt 24:13), enquanto aguarda por seu Messias e Rei para inaugurar o reino de mil anos na terra. Os que a muitas penas chegarem a salvo no final desse período entrarão no reino milenial. “Se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas por causa dos escolhidos serão abreviados aqueles dias.” (Mt 24:22). Atente para o fato de que a expressão “salvo” para um judeu significa permanecer vivo.

Nesse dia, quando Cristo vier para julgar as nações, ele irá realmente abençoar e recompensar os gentios — que ele chama de "ovelhas" — que tiverem abençoado seus "pequeninos irmãos", e amaldiçoar os que os maltrataram, aos quais dá o nome de "bodes". Tudo isso acontecerá aqui na terra e com pessoas ainda vivas, e é disso que fala o capítulo 25 de Mateus, que muitos confundem como se fosse o juízo final sem perceber que está falando de juízo das nações, e é justamente a respeito das nações que você perguntou. Vou até ler a passagem para você nunca mais se esquecer:

"Quando vier o Filho do Homem na sua majestade e todos os anjos com ele, então, se assentará no trono da sua glória; e todas as nações serão reunidas em sua presença, e ele separará uns dos outros, como o pastor separa dos cabritos as ovelhas; e porá as ovelhas à sua direita, mas os cabritos, à esquerda; então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo. Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes; estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me. Então, perguntarão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber? E quando te vimos forasteiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos? E quando te vimos enfermo ou preso e te fomos visitar? O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes." Na continuação Jesus fala dos bodes, que agiriam de modo contrário merecendo por isso a morte e o castigo eterno. (Mt 25:31-46).

Então raciocine assim: Se encontrar um judeu necessitado de amparo, ame, ajude e exerça misericórdia. Mas não tente interferir na esfera política de Israel como um todo, nem para bem, nem para mal, porque poderá estar interferindo na disciplina que Deus está aplicando no seu povo como nação. É como quando a mãe pretende dar merecidas chineladas no filho rebelde: se você entrar na frente e vai sobrar para você. Portanto ocupe-se com ações individuais e pontuais de misericórdia e graça, e não nacionais, territoriais, políticas ou bélicas. Mas acima de tudo, pregue o evangelho aos judeus que encontrar para que sejam salvos e passem a ser membros do corpo de Cristo, a Igreja.

Deixei Zacarias esperando, mas acredito que foi por uma boa causa para esclarecer alguns pontos. Então vamos voltar ao profeta por meio do qual o Senhor está dizendo que ferirá "de espanto a todos os cavalos e de loucura os que os montam", referindo-se aos inimigos de Israel, enquanto aos da "casa de Judá abrirei os olhos", ao mesmo tempo em que ferirá "de cegueira a todos os cavalos dos povos" (Zc 12:4). Repare que tudo isso acontece por intervenção divina, e não por algum decreto de nação estrangeira supostamente bem intencionada em ajudar os judeus. Para mim a passagem que se segue é muito clara no sentido de mostrar que os judeus não estão ainda “no ponto” de reconhecerem sua culpa.

"Os chefes de Judá pensarão assim: Os habitantes de Jerusalém têm a força do Senhor dos Exércitos, seu Deus... e Jerusalém será habitada outra vez no seu próprio lugar... o Senhor salvará primeiramente as tendas de Judá, para que a glória da casa de Davi e a glória dos habitantes de Jerusalém não sejam exaltadas acima de Judá. Naquele dia, o Senhor protegerá os habitantes de Jerusalém; e o mais fraco dentre eles, naquele dia, será como Davi, e a casa de Davi será como Deus, como o Anjo do Senhor diante deles. Naquele dia, procurarei destruir todas as nações que vierem contra Jerusalém. E sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém derramarei o espírito da graça e de súplicas; olharão para aquele a quem traspassaram; pranteá-lo-ão como quem pranteia por um unigênito e chorarão por ele como se chora amargamente pelo primogênito." (Zc 12:5-10).

Tudo aponta para um dia quando o próprio Deus irá intervir na sorte de Jerusalém, enquanto eles "olharão para aquele a quem traspassaram; pranteá-lo-ão... e chorarão". Acaso é este o sentimento dos judeus que hoje habitam a Palestina? De modo nenhum, e por isso estão ainda sob a maldição que lançaram sobre si mesmos, e sob o juízo disciplinar que Deus impôs sobre aquela nação. “O seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos.” (Mt 27:25), disseram os judeus ao crucificarem a Jesus, e se você tirar um tempo para ler Deuteronômio 28:15-68 verá uma longa lista de maldições que Deus prometeu lançar sobre aquele povo se não fossem fiéis. E não posso pensar em maior infidelidade do que a de assassinarem o Filho de Deus. Referindo-se a isso, Jesus contou aos judeus de seu tempo uma parábola do dono de uma vinha que arrendou as terras e não conseguia receber o aluguel. Os que enviou para isso — uma figura dos profetas enviados a Israel — foram perseguidos, espancados e mortos.

"Restava-lhe ainda um, seu filho amado; a este lhes enviou, por fim, dizendo: Respeitarão a meu filho. Mas os tais lavradores disseram entre si: Este é o herdeiro; ora, vamos, matemo-lo, e a herança será nossa. E, agarrando-o, mataram-no e o atiraram para fora da vinha. Que fará, pois, o dono da vinha? Virá, exterminará aqueles lavradores e passará a vinha a outros. Ainda não lestes esta Escritura: A pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra, angular; isto procede do Senhor, e é maravilhoso aos nossos olhos?" (Mc 12:6-11).

Depois desta longa excursão na qual levei você a conhecer alguns dos vales existentes entre os cumes das montanhas proféticas, voltamos à sua dúvida que era se as nações serão amaldiçoadas por serem contra Israel e a decisão de os Estados Unidos reconhecerem Jerusalém como sua capital. Acredito já ter dado boa parte da resposta, mas vou tentar ser mais específico. O destino reservado às diferentes nações que participarão dos eventos finais — que Zacarias chamou de "naquele dia" — será o seguinte:

No mínimo sete anos depois de a Igreja ser tirada da terra, o "Rei do Sul", que é o Egito, invadirá Israel (Dn 11:40). O ataque vindo do norte será feito pelo "Rei do Norte" e sua confederação árabe-muçulmana, formada por países como Turquia, Síria, Irã e outros (Dn 11:40-41). Esses exércitos continuarão sua invasão, passando pela terra da Palestina e atacando também o Egito e seus aliados (Dn 11:42-43). Enquanto isso, a Besta e sua confederação de nações ocidentais descerá para defender a terra de Israel (Ap 16:13-14; Nm 24:24), e ao entrarem na terra Cristo descerá com seus exércitos vindos do céu para destruí-los (Ap 16:15-21; 19:11-21). O "Rei do Norte", que tinha descido para invadir o Egito, subirá de volta à terra de Israel e também será destruído pelo Senhor (Dn 11:44-45). Gogue, Magogue e Tubal, as imensas hordas russas e aliados vindos do norte, tentarão invadir Israel e serão destruídos pelo Senhor (Ez cap. 38-39). Será a vez de Israel sair para conquistar as terras que fazem parte da herança que Deus lhe deu (Is 11:14).

Cristo então estabelecerá o seu reino de mil anos na terra declarando — ele próprio, e não Donald Trump ou algum governo estrangeiro — Jerusalém como capital do mundo, não apenas de Israel. Você acha que os norte-americanos hoje concordariam com Jerusalém sendo capital também dos Estados Unidos? Pois é, já deu para ver que não estamos assistindo ao cumprimento da profecia bíblica nos telejornais, porém apenas os movimentos políticos dos homens.

A Igreja, a esposa do Cordeiro, reinará com Cristo sobre a terra a partir do céu. Europa e suas colônias, que incluem as Américas, permanecerão em ruínas e desabitadas, pois durante séculos foram privilegiadas com a verdade do Evangelho e apostataram seguindo a Besta e o anticristo. Os filisteus, cuja identidade foi adotada pelos palestinos, serão exterminados como Deus havia prometido desde o princípio. Edom, atual Jordânia, que negou passagem ao povo de Israel na antiguidade, será igualmente amaldiçoado e transformado em terra inabitável. O Iraque, a antiga Babilônia, também terá sido dizimado pelas crueldades cometidas contra o povo de Deus.

Todavia muitos povos gentios, principalmente orientais, que não tiverem participação direta nos eventos proféticos, servirão a Israel e irão a Jerusalém anualmente para adorar. As nações que não servirem a Israel deixarão de existir. O Egito — que muitas vezes ajudou a Israel e um dia abrigou Jesus ainda menino quando era perseguido por Herodes — não será esquecido e será abençoado juntamente com a Assíria, hoje Síria, para exercerem liderança juntamente com Israel durante o reinado de mil anos de Cristo na terra.

Vale lembrar que, assim como os próprios judeus, esses povos passarão antes por rigorosa disciplina e juízo antes de serem abençoados. "Bendito seja o Egito, meu povo, e a Assíria, obra de minhas mãos, e Israel, minha herança." (Is 19:25). Serão construídas estradas intercontinentais e se no passado todos os caminhos levavam a Roma, no futuro todos os caminhos levarão a Jerusalém.

Esse desfecho que descrevi rapidamente se trata do reino de mil anos de Cristo na terra, quando as pessoas viverão aqui em paz e prosperidade. Não é o céu, onde estarão todos os salvos de todas as eras anteriores, inclusive da Igreja, ressuscitados e transformados. A terra terá sido reformada para os sobreviventes das guerras que assolarão o planeta nos dias imediatamente anteriores e posteriores a Jesus colocar seus pés sobre o monte das Oliveiras em sua vinda para julgar as nações. Sabe aqueles filmes pós-apocalípticos que mostram um mundo cheio de zumbis armados se digladiando e comendo carne humana? Não será assim, porque Cristo estará no comando. Nesse tempo a justiça reinará e quem pecar será imediatamente morto.

Volto a dizer que esse cenário não representa o céu, já que ainda haverá morte e necessidades físicas, mas um planeta restaurado em parte para ser habitado pelos sobreviventes que ainda estarão vivendo em seus corpos naturais, cuja fome será sanada pela abundância de alimento, e cujas doenças serão curadas pelo poder de Deus. Sabe aqueles milagres que Jesus fazia nos Evangelhos, multiplicando pães e peixes e curando pessoas? Pois é, aquilo foi uma amostra grátis do que seria o reino aqui caso os judeus o recebessem para reinar. Nesse tempo continuarão existindo nações, governos, escolas etc.

Satanás, o tentador, estará preso durante esse período, mas as pessoas continuarão vivendo normalmente uma vida terrena, trabalhando, amando e tendo filhos. Muitos dos que nascerem nesse período, que não passaram na primeira peneira do julgamento das nações quando Cristo veio para inaugurar o reino, farão parte do grande exército que no final, quando o diabo for solto, se rebelará contra Cristo e será destruído. Só então virá o Juízo Final e o estado eterno, com os novos céus e a nova terra de um tempo quando não mais existirá o tempo. No estado eterno a justiça habitará.

Mas isso tudo que eu disse aqui é apenas um resumo do que está para acontecer. Se você se interessar em conhecer os detalhes e também as citações bíblicas, sugiro baixar o livro "Acontecimentos Proféticos", de Bruce Anstey, que explica muito melhor o que resumi aqui, além de trazer mais de mil versículos para embasar cada afirmação.

por Mario Persona

Mario Persona é palestrante e consultor de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional (www.mariopersona.com.br). Não possui formação ou título eclesiástico e nem está ligado a alguma denominação religiosa, estando congregado desde 1981 somente ao Nome do Senhor Jesus. Esta mensagem originalmente não contém propaganda. Alguns sistemas de envio de email ou RSS costumam adicionar mensagens publicitárias que podem não expressar a opinião do autor.)
Mario Persona é palestrante e consultor de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional www.mariopersona.com.br. Não possui formação ou título eclesiástico e nem está ligado a alguma denominação religiosa, estando congregado desde 1981 somente ao Nome do Senhor Jesus. Esta mensagem originalmente não contém propaganda. Alguns sistemas de envio de email ou RSS costumam adicionar mensagens publicitárias que podem não expressar a opinião do autor.
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Esclarecimentos: O conteúdo deste blog traz respostas a perguntas de correspondentes, portanto as afirmações feitas aqui podem não se aplicar a outras pessoas e situações. Algumas respostas foram construídas a partir da reunião das dúvidas de mais de um correspondente. O objetivo é apenas mostrar o que a Bíblia diz a respeito das questões levantadas, e não sugerir qualquer ingerência de cristãos na política e na sociedade, no sentido de exigir que as pessoas sigam os preceitos bíblicos. O autor é favorável à livre expressão e, ainda que seu entendimento da Bíblia possa conflitar com a opinião de alguns, defende o respeito às pessoas de diferentes crenças e estilos de vida. Aqui são discutidas ideias e julgadas doutrinas, não pessoas. A opção "Comentários" foi desligada, não por causa das opiniões contrárias, mas de opiniões que pareciam favoráveis mas que tinham o objetivo ofender pessoas ou fazer propaganda de alguma igreja ou religião, induzindo os leitores ao erro.

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